PUBLICADO EM 11 de nov de 2020
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Acidentes no trabalho: mortes de motoboys crescem 52% em São Paulo

Foram 21 vítimas de janeiro a setembro do ano passado, contra 32, no mesmo intervalo de 2020. Além de tirar vidas e causar ferimentos, os acidentes afetam a mobilidade da capital.

Uma pessoa morreu a cada dez horas no trânsito da cidade de São Paulo em 2019.

Com a quarentena e a menor movimentação nas ruas, as mortes caíram 13% entre janeiro e setembro na comparação com o mesmo período do ano passado.

Entre os motociclistas e garupas, no entanto, o número se manteve estável.

Isso se deve, em grande medida, ao aumento considerável das mortes de entregadores.

Foram 21, de janeiro a setembro do ano passado, contra 32, no mesmo intervalo de 2020: alta de 52%, de acordo com o Detran.

Além da corrida pelas entregas, a urbanista Hannah Machado, da Iniciativa Bloomberg para Segurança Global no Trânsito, aponta que as ruas mais vazias favoreceram o aumento da velocidade e, consequentemente, o agravamento dos acidentes:

“Velocidade é o grande perigo quando a gente fala de segurança no trânsito. Então, quando as ruas estão mais vazias e tem mais espaço para correr, a tendência é que o número de acidentes graves e mortes também aumente.”

Hannah Machado aponta ainda que os serviços de entrega por aplicativo acabaram atraindo jovens que não tinham experiência profissional.

Em setembro, o Detran lançou o programa “Motofretista Seguro”, com o objetivo de capacitar os trabalhadores com pelo menos 21 anos de idade e regularizar a documentação.

O gerente de Educação para o Trânsito do Detran, Mauro Voltarelli, ressalta que o programa também vai dar acesso a crédito para a compra de equipamentos de segurança:

“Ele vai ter o recurso para melhorar tanto a sua moto quanto adquirir os equipamentos de segurança. Então, no caso de um acidente, a probabilidade de ele ser grave é menor.”

Nas marginais, o número de motociclistas mortos entre janeiro e setembro passou de 15 para 18, de um ano para o outro, de acordo com o Comando de Policiamento de Trânsito: um aumento de 20%.

Defensora da redução dos limites de velocidade nas marginais, a urbanista Hannah Machado alega que, além de tirar vidas, os acidentes também afetam a mobilidade:

“Quando acontece um acidente, a pista tem que ser bloqueada, tem que chegar o resgate, tem que ter um atendimento à vítima. Se todo mundo na cidade respeitar os limites e dirigir de uma forma mais segura, no geral, os deslocamentos vão acontecer de forma mais fluida, mais confiável, com menos imprevisto.”

No ano passado, a prefeitura proibiu a circulação de motos na pista expressa da Marginal Pinheiros, no sentido Castello Branco. Na ocasião, o então secretário de Mobilidade e Transportes, Edson Caram, disse que o tráfego também seria proibido no sentido Interlagos, ainda em 2020, depois de obras para dividir a pista em expressa e local, o que não aconteceu.

Em nota, a prefeitura de São Paulo informou que ações, como um termo de cooperação com empresas de entrega e blitzes educativas, ajudaram a diminuir as mortes de motociclistas na capital entre 2018 e 2019.

Fonte: CBN

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