PUBLICADO EM 23 de jan de 2018
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OMS: População não vacinada contra febre amarela é “alto risco”

Desde julho do ano passado, o Ministério da Saúde contabiliza 35 pacientes com a doença, com 20 mortes.

A situação mais crítica é a de São Paulo. Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) confirmou 41 novos casos — o total, desde o início de 2017, chega a 81. Considerando levantamento desde janeiro de 2017 até hoje, as mortes só no Estado chegam a 36, segundo balanço divulgado no fim de semana pela Secretaria Estadual de Saúde.

Para bloquear o vírus, o ministério lançou campanha que pretende imunizar, em menos de 50 dias, 21,8 milhões de pessoas no Rio, em São Paulo e na Bahia.

Para a OMS, a medida deve limitar o avanço da doença, mas é possível prever percalços.

“É importante notar que, devido à sua escala e alcance, esta campanha de vacinação em massa provavelmente será caracterizada por desafios logísticos significativos”, diz o texto.

O comunicado afirma, ainda, que o grande número de mortes de macacos por febre amarela no país, especialmente em São Paulo, indica um alto nível de concentração do vírus em ecossistemas favoráveis à transmissão. Para a entidade, esse dado é especialmente preocupante quando as mortes acontecem perto de grandes cidades como a capital paulista.

A cidade não tem casos humanos da doença, mas registrou mortes de macacos em áreas como o Horto Florestal (zona norte) — todas as 17 famílias de bugios foram exterminadas.

O texto da OMS cita também o caso do vírus “exportado” para a Holanda no início de janeiro e informa que o paciente chegou ao país após passar por Mairiporã e Atibaia, duas cidades com circulação do vírus no Estado. Ele passa bem.

A entidade mantém a recomendação de vacina a todos os viajantes internacionais com destino a qualquer área do Estado de São Paulo.

Governo reage

Em nota, o Ministério da Saúde se pronunciou sobre o alerta da OMS e diz que preocupação do organismo só reforça que a campanha de vacinação em massa, como está sendo feita, deve limitar a transmissão da doença. A seguir, o texto do ministério na íntegra:

“O Ministério da Saúde esclarece que a nota da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgada nesta segunda-feira (22) reforça que a campanha de vacinação em massa contra a febre amarela, incluindo doses padrão (0,5 ml) e fracionadas (0,1 ml), deve efetivamente limitar a transmissão da febre amarela. A ação é necessária frente ao surgimento de novas áreas de risco detectadas pela atividade do vírus em área silvestre. Ainda reforça que, até o momento, não há qualquer evidência de que o mosquito Aedes aegypti, presente em zonas urbanas, esteja envolvido na transmissão.

Dessa forma, a pasta mantém a estratégia de vacinação fracionada em áreas selecionadas. A determinação dessas áreas foi feita de acordo o acompanhamento da circulação do vírus, baseada no mapeamento epidemiológico dessas regiões, que é atualizado conforme as necessidades. A vacinação está sendo realizada de forma preventiva nas áreas com risco de infecção pela doença.”

Fonte: Valor Econômico

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