PUBLICADO EM 04 de dez de 2020
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Músicas de Tom Jobim encantam e fazem pensar no futuro que desejamos

Depois de uma breve ausência, a seção retorna. E volta abusando do talento musical do nosso “maestro soberano” como canta Chico Buarque na linda canção “Paratodos” (1993), onde homenageia seu ídolo. Pela quarta vez um único autor é homenageado na seção.

Isso porque Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o nosso Tom Jobim, morreu em 8 de dezembro de 1994 e em sua memória são destacadas algumas de suas obras. Provavelmente foi Tom Jobim quem mais projetou a música popular brasileira no exterior, principalmente com a bossa nova, que caiu no gosto de grandes músicos no mundo inteiro e agradou em cheio os músicos estadunidenses do jazz. O cantor Frank Sinatra (1915-1998) se encantou pela bossa nova e gravou músicas de Tom Jobim.

Tom Jobim em 1972. Foto Arquivo Nacional.

por Marcos Aurélio Ruy

No dia 8 de dezembro outro enorme talento da música se foi. O inglês John Lennon foi assassinado nesse dia em 1980, aos 40 anos, mas Lennon já foi homenageado nesta seção em comemoração aos 80 anos que completaria em 9 de outubro.

Para muitos, Tom Jobim sintetizou a bossa nova, esse movimento que revolucionou a música popular brasileira e influenciou tudo o que veio depois. Aprecie sem nenhuma moderação algumas das mais importantes canções do nosso cancioneiro popular e abuse desse enorme talento de nossa cultura. Tom Jobim é a síntese do Brasil da delicadeza. Mas chega de saudade. O negócio é cantar.

 

Garota de Ipanema (1963), de Tom Jobim e Vinicius de Morares

Ah, por que estou tão sozinho?

Ah, por que tudo é tão triste?

Ah, a beleza que existe

A beleza que não é só minha

Que também passa sozinha

 

Chega de Saudade (1958), de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; canta João Gilberto

https://www.youtube.com/watch?v=juOFLLZGaAo

“Vai, minha tristeza

E diz a ela que sem ela não pode ser

Diz-lhe numa prece

Que ela regresse

Porque eu não posso mais sofrer

 

Chega de saudade

A realidade é que sem ela não há paz

Não há beleza

É só tristeza e a melancolia

Que não sai de mim, não sai de mim, não sai”

 

Chovendo na Roseira (1974), de Tom Jobim; Tom canta com Elis Regina

“Olha

Está chovendo na roseira

Que só dá rosa, mas não cheira

A frescura das gotas úmidas

Que é de Luísa, que é de Paulinho, que é de João

Que é de ninguém”

 

Desafinado (1958), de Newton Mendonça e Tom Jobim

“Se você disser que eu desafino, amor

Saiba que isto em mim provoca imensa dor

Só privilegiados têm o ouvido igual ao seu

Eu possuo apenas o que Deus me deu

 

Se você insiste em classificar

Meu comportamento de anti-musical

Eu mesmo mentindo devo argumentar

Que isto é Bossa Nova, isto é muito natural”

 

Anos Dourados (1986), de Chico Buarque e Tom Jobim

“Não sei se eu ainda

Te esqueço de fato

No nosso retrato

Pareço tão linda

Te ligo ofegante

E digo confusões no gravador

É desconcertante

Rever o grande amor”

 

Águas de Março (1972), de Tom Jobim; canta Sandy & Junior

“É pau, é pedra, é o fim do caminho

É um resto de toco, é um pouco sozinho

É um caco de vidro, é a vida, é o Sol

É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol

É peroba do campo, é o nó da madeira

Caingá, candeia, é o Matinta Pereira

É madeira de vento, tombo da ribanceira

É o mistério profundo, é o queira ou não queira”

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