Por Marcos Aurélio Ruy
A canção dos mineiros Beto Guedes e Ronaldo Bastos, O Sal da Terra, de 1981, canta a esperança de união de todos os crentes no futuro, cientes de que tudo passa na vida, inclusive o mal terá seu fim com a unidade da classe trabalhadora com mais consciência de seus interesses diametralmente opostos aos da classe que hoje detém os meios de produção, a burguesia.
Porque estão maltratando o planeta para uns poucos acumularem ainda mais riqueza sem se importar com a vida de bilhões de trabalhadores, que vivem apenas de sua força de trabalho, a duras penas.
O Sal da Terra (1981), de Beto Guedes e Ronaldo Bastos
Anda!
Quero te dizer nenhum segredo
Falo desse chão, da nossa casa
Vem que tá na hora de arrumar
Tempo!
Quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante
Nem por isso quero me ferir
Vamos precisar de todo mundo
Pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver
A paz na Terra, amor
O pé na terra
A paz na Terra, amor
O sal da
Terra!
És o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro
Tu que és a nave nossa irmã
Canta!
Leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com seus frutos
Tu que és do homem, a maçã
Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois
Deixa nascer, o amor
Deixa fluir, o amor
Deixa crescer, o amor
Deixa viver, o amor
O sal da terra
O cantor e compositor francês Manu Chao gravou o vídeo, em quarentena, de sua música Soñe Otro Mundo (Sonhei Outro Mundo, de 2007). Um mundo cada vez mais possível de se sonhar mesmo em tempos sombrios como o vivenciado no Brasil, onde um verdadeiro desgoverno tenta a todo custo liquidar a lucidez, o amor, a paz, a vida, a inteligência. Mas não conseguirá. Jamais.
Sonhei outro Mundo (2007), de Manu Chao; tradução
Serenata de Amor
caveira não chora
não tem coração
caveira não chora
Serenata de Amor
sonhei outro mundo, tão longe e tão perto
sonhei outra viagem, quatro caminhos cinco destinos
sonhei o riso sonhei a ilusão
sonhei outro mundo
sonhei menos foda (ruim)
sonhei uma manhã
que ao fim se podia
sonhei de um amor de noite e de dia
sonhei a fortuna sonhei a alegria
sonhei com a lua que não desaparecia
e que ao meu gato dizia
caveira não chora
Serenata de Amor
caveira não chora
não tem coração
sonhei sem guerra
sonhei sem medo
sonhei sem fronteiras
sonhei sem brigas
sonhei um trabalho que nunca acaba
sonhei uma festa que sempre recomeça
caveira não chora
Serenata de Amor
caveira não chora
não tem coração
sonhei ao trabalhar
sonhei até adoecer
tão distante tão perto
calmas são tuas ondas
tão distante tão perto
sempre volta a acontecer
caveira não chora
Serenata de Amor
sempre volta a acontecer
sonhei uma canção que nenhum filho da puta havia escrito
sonhei um grito de liberdade sem saída
sonhei uma saída sem saída
sonhei que seu carro parou a noite
sonhei o teu sopro
sonhei a colina
sonhei até gritar
caveira não chora
Serenata de Amor
caveira não chora
sonhei outro mundo
sonhei consegui-lo
consegui sonhando
sonhei ao despertar
caveira não chora
tão perto tão distante
caveira não chora
tão perto tão distante
sempre volta a acontecer
O grupo paulista, Francisco, el Hombre fefz uma canção e um vídeo, também em quarentena, especial para animar todo mundo neste período de isolamento social para vencer o coronavírus e o ostracismo.
Muito singela, Juntos, Nunca Sós (2020), criação coletiva de Francisco, el Hombre e Luê. Mostra otimismo com o futuro e a necessidade de cuidarmos uns dos outros. Tudo o que não quer uma elite arcaica, a favor da destruição, da prisão e da concentração de riquezas em suas mãos sujas de sangue de quem produz essa riqueza e vive na pobreza.
Juntos, Nunca Sós, de Francisco, el Hombre e Luê
Juntos, nunca sós
Nós Cuida de Nós
Oooo…
Sempre juntos, mesmo a sós.
Juntos, nunca sós
Nos cuida de nós
Juntos, mesmo sós
Pra cuidar do outro após
Ooooo…
É tanta gente aqui
Ooooo…
Mesmo longe de ti eu sinto sim
Juntos, nunca sós
Nós Cuida de Nós
Oooo…
Sempre juntos, mesmo a sós.
Mesmo de longe
E você aí e eu aqui
Quando eu me cuido
Também cuido de ti
Mesmo de longe
E você aí e eu aqui
Quando eu cuido de mim
Eu cuido da gente também
O amor é ponte
O amor é ponte não muro
Juntos, nunca sós
Nós cuida de nós
Juntos, nunca sós
Nós cuida de nós
Ooooo…
Nós cuida de nós
Ooooo…
Sempre juntos, mesmo a sós
O músico inglês David Gilmour, ex-integrante da banda Pink Floyd, canta a sublime vontade de superar todos os obstáculos da vida e sonhar com um mundo onde o sol verdadeiramente brilhe para todo mundo, sem distinção.
“Enquanto as sementes da vida e as sementes da mudança eram plantadas
Lá fora a chuva caía escura e devagar
Enquanto eu ponderava sobre esse perigoso porém irresistível passatempo
Eu dei um passeio paradisíaco através do nosso silêncio
Eu sabia que era chegado o momento
De matar o passado e voltar à vida”
Já passou da hora de abandonar o pessimismo e voltar à luta para construir o novo. Talvez estejamos vivendo este momento. O Momento de celebrar a vida e o brilho do sol em nossas mentes e corações.
Voltando à Vida (1994), de David Gilmour
Voltando à Vida
Onde você estava quando fui queimado e arrasado?
Enquanto os dias passavam e eu olhava pela minha janela
Onde você estava quando fui ferido e estava desamparado
Porque as coisas que você diz e as coisas que você faz me cercam
Enquanto você se agarrava às palavras de outra pessoa
Morrendo pra acreditar no que ouviu
Eu estava olhando diretamente para o brilho do sol
Perdido em pensamentos e perdido no tempo
Enquanto as sementes da vida e as sementes da mudança eram plantadas
Lá fora a chuva caía escura e devagar
Enquanto eu ponderava sobre esse perigoso porém irresistível passatempo
Eu dei um passeio paradisíaco através do nosso silêncio
Eu sabia que era chegado o momento
De matar o passado e voltar à vida
Eu dei um passeio paradisíaco através do nosso silêncio
Eu sabia que a espera havia começado
E fui direto para o brilho do sol