PUBLICADO EM 31 de dez de 2021
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Gonzaguinha canta: “E vamos à luta”; música

Apesar de todos os problemas o povo segue sobrevivendo. São muitas as músicas que chamam a atenção para a capacidade do brasileiro em resistir e se manter firme na batalha. Músicas como: A gente vai levando, do Chico Buarque, de 1975, Andar com fé, de Gilberto Gil, de 1982, Maria Maria, de Milton Nascimento, de 1978, Alagados, dos Paralamas do Sucesso, de 1986, Fé em Deus, gravada por Diogo Nogueira em 2007, E vamos à luta, de Gonzaguinha, de 1980.

Elas partem do contraste entre o trabalhador e a elite que se empenha em manter e aprofundar a desigualdade. Ressaltam a superação quase como prova olímpica. O povo trabalhador é, afinal, essencialmente olímpico em sua força para atravessar tantos obstáculos.

Se pensarmos a partir das datas das músicas mencionadas, podemos entender que essa história se intensificou com a ditadura militar. De fato, os 21 piores anos que o Brasil viveu após a independência agravou suas mazelas. Mas tal contraste é um problema crônico, semeado em 1500, e que se reinventa a cada época.

O que temos, afinal, é a fé na rapaziada, na moçada, na juventude que segue em frente e segura o rojão. Moçada como um estado de espírito que aponta para novos tempos “Que não tá na saudade e constrói a manhã desejada”. É com essa força que precisamos seguir na luta.

E vamos à luta
(Composição: Luiz Gonzaga Jr/1980)
Intérprete: Gonzaguinha

Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou à luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e constrói
A manhã desejada

Aquele que sabe que é negro
o coro da gente
E segura a batida da vida o ano inteiro
Aquele que sabe o sufoco de um jogo tão duro
E apesar dos pesares ainda se orgulha de ser brasileiro
Aquele que sai da batalha
Entra no botequim, pede uma cerva gelada
E agita na mesa logo uma batucada
Aquele que manda o pagode
E sacode a poeira suada da luta e faz a brincadeira
Pois o resto é besteira
E nós estamos pelaí…

Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão
Eu vou á luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada
Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e constrói
A manhã desejada

Aquele que sabe que é negro
o coro da gente
E segura a batida da vida o ano inteiro
Aquele que sabe o sufoco de um jogo tão duro
E apesar dos pesares ainda se orgulha de ser brasileiro
Aquele que sai da batalha
Entra no botequim, pede uma cerva gelada
E agita na mesa logo uma batucada
Aquele que manda o pagode
E sacode a poeira suada da luta e faz a brincadeira
Pois o resto é besteira
E nós estamos pelaí…

Eu acredito é na rapaziada

Fonte: Centro de Memória Sindical

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