PUBLICADO EM 23 de mar de 2018
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Em São Paulo, servidores municipais decidem manter paralisação

Após 15 dias de greve trabalhadores mantem mobilização e decidem pela continuidade da paralisação. “Não tem arrego. Ou Doria retira o PL do Extermínio, que acaba com a aposentadoria dos servidores, ou seguiremos em greve”, diz Junéia Martins, servidora e secretária da Mulher Trabalhadora da CUT.

Paralisação servidores municipais SP

Foto: Reprodução

Contra a reforma da Previdência proposta pelo prefeito João Doria (PSDB-SP), diversas categorias do serviço público municipal, em assembleia unificada nesta quinta-feira (22), decidiram continuar a greve, que entra no 15º dia. Uma nova assembleia foi marcada para a próxima terça-feira (27), às 13, em frente à Câmara Municipal.

Cerca de 60 mil trabalhadores e trabalhadoras, entre professoras e profissionais das áreas da saúde, assistência social e cultura, se reuniram em frente ao gabinete do prefeito e seguiram em caminhada pelas ruas da capital, passando pelo Largo São Francisco, com destino ao viaduto 9 de julho.

“Foi uma passeata impressionante. São muitas trabalhadoras e trabalhadores que há 15 dias estão determinados a seguir na luta por seus direitos e derrotar esse PL do Extermínio”, relata Junéia Martins, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, que esteve presente no ato.

Junéia, que é assistente social no município há mais de 30 anos, explica que Doria, a exemplo do ilegítimo e golpista de Michel Temer (MDB-SP), quer acabar com a aposentadoria do funcionalismo de São Paulo, mas os servidores seguirão firmes na luta.

Mães e alunos apoiam paralisação
A greve dos servidores públicos tem o apoio da sociedade. Em uma clara demonstração de apoio e solidariedade, mães e alunos de escolas públicas da cidade participaram de uma das manifestações dos professores e professoras na luta pelo direito a uma aposentadoria digna.

Um grupo de mulheres se organizou voluntariamente por meio de um grupo no Facebook e estiveram presentes com seus filhos na assembleia da última terça-feira (20), que ocorreu em frente à Câmara Municipal. Segundo elas, os professores e professoras de seus filhos ganham tão mal que não seria justo mais esse ataque aos seus direitos.

Entenda o Projeto de Lei 621/2016
Conhecido como PL do Extermínio, o Projeto de Lei 621/2016 foi encaminhado por Doria à Câmara Municipal no fim de 2017 e prevê o aumento da contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 19%. Além disso, cria um plano de previdência privada para o funcionalismo, a Sampaprev.

Um relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM) de São Paulo apontou uma série de problemas no Projeto de Lei da reforma da Previdência dos servidores municipais.

O relatório apontou que a criação da alíquota suplementar, que pode chegar a 19%, é inconstitucional e pode ser interpretada como “confisco”.

O TCM afirmou ainda que a Prefeitura não justificou a necessidade do aumento da alíquota para diminuir o rombo da previdência e que a reforma vai agravar ainda mais as perdas salariais dos servidores.

As entidades do funcionalismo público dizem que, sem valorização salarial, e com os altos impostos, a renda mensal ficará ainda mais comprometida com o aumento da contribuição previdenciária. Por isso, contra essa ação, feita a ‘toque de caixa’ e sem diálogo, segundo avaliação das entidades, os trabalhadores municipais de diversas categorias entraram em greve por tempo indeterminado até que o PL seja retirado da pauta.

Na Pressão
Para pressionar os vereadores da Câmara Municipal, o Sindsep, em parceria com a CUT, lançou a campanha “Contra a Reforma da Previdência do Município de São Paulo” na plataforma www.napressao.com.br. Ao acessar o site, é possível pressionar todos os vereadores para que votem contra o PL 621/16. Acesse e pressione já!

Fonte: Portal CUT

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