PUBLICADO EM 21 de jun de 2021
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Em reunião na Câmara, Sindicato defende medidas contra fechamento da Elgin e Movent

O Sindicato e uma comissão de trabalhadores da Elgin e Movent estiveram na Câmara Municipal de São José dos Campos, nesta segunda-feira (21), para se reunir com vereadores e cobrar do poder público um posicionamento sobre o fechamento dessas duas fábricas na cidade.

Ao final da reunião, foi encaminhado que a Câmara enviará ofícios à Elgin, Movent e ao prefeito Felicio Ramuth (PSDB) para discussão sobre o assunto. Será cobrado da Prefeitura um levantamento sobre os benefícios fiscais concedidos ao longo dos anos para essas empresas.

O fechamento das fábricas representará o fim de 134 postos de trabalho diretos na cidade, além dos indiretos – podendo chegar a um total de 300. Desde o anúncio de que as empresas encerrarão as atividades em São José dos Campos, o Sindicato iniciou a organização dos trabalhadores para lutarem pela continuidade da fábrica na cidade e preservação dos empregos.

A Câmara aprovou, no dia 14, um requerimento que cria uma comissão de vereadores para discutir e propor alternativas ao fechamento da Movent e Elgin. Esta comissão é formada por oito vereadores. Na reunião de hoje com o Sindicato, estiveram presentes Amélia Naomi (PT), Dulce Rita (PSDB), Rafael Pascutti (PSC) e José Cláudio (PSDB).

O presidente do Sindicato, Weller Gonçalves, fez referência a outras fábricas que fecharam as portas no Vale do Paraíba, como Ford, LG e suas montadoras Sun Tech, Blue Tech e 3C. Ele citou ainda as 2.500 demissões realizadas no ano passado pela Embraer.

“Não são apenas os funcionários da Movent e Elgin que estão perdendo o emprego. Não podemos nos esquecer que essas fábricas têm os trabalhadores de limpeza, segurança, alimentação. Isso trará impacto na economia da região. Neste cenário de pandemia que vivemos hoje, nossa luta tem de ser contra o desemprego”, disse Weller.

O secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida, criticou o processo de desindustrialização que vem ocorrendo no país e na região.

“É um caos social que estamos vivendo. Nas negociações com as fábricas, nós propusemos alternativas para que não acontecessem demissões. Agora é necessário o envolvimento do poder público. O Executivo tem que se pronunciar. Não dá para o prefeito fazer live festejando quando as empresas chegam e depois se omitir quando fecham. Não dá para fingir que nada está acontecendo. É preocupante a situação que estamos vivendo. Temos que fazer uma grande força tarefa para manter os empregos aqui”, afirmou Renato.

Os trabalhadores das duas fábricas também se manifestaram na Câmara e relataram o drama que estão vivendo. O descaso das empresas e o medo do desemprego afetam a todos. “Está todo mundo em choque. São pais de família que vão perder o único sustento. Na atual circunstância, o que a empresa está oferecendo é nada”, disse um dos trabalhadores da Elgin.

Após a reunião, os metalúrgicos seguiram em passeata até o Sindicato e decidiram pela continuidade da luta.

Audiência
Nesta terça-feira (22), haverá audiências de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, entre o Sindicato, Movent (às 14h30) e Elgin (às 15h30). As empresas entraram com ação de dissídio de greve.

A comissão de vereadores se comprometeu a acompanhar a audiência.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

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