PUBLICADO EM 23 de jul de 2020
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Distribuição de auxílio emergencial alcança 29,4 milhões de domicílios em junho

Cerca de 29,4 milhões de domicílios brasileiros (43% do total) receberam, em junho, algum auxílio emergencial relacionado à Pandemia, que tem por objetivo fornecer proteção social no período de enfrentamento da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Isso corresponde a mais 3,1 milhões de lares beneficiados, na comparação com o mês anterior. Os dados são da PNAD COVID19 MENSAL, divulgada hoje (23) pelo IBGE.

Em junho, quase metade da população (49,5%), cerca de 104,5 milhões de pessoas, viviam em domicílios em que, pelo menos, um morador recebeu auxílio. “Direta ou indiretamente, esse contingente pode ter sido beneficiado com auxílio”, disse o diretor adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, acrescentando que foram distribuídos R$ 27,3 bilhões de reais, sendo que metade da população brasileira, formada pelos estratos mais baixos de renda, recebeu 75,2% das transferências.

Além disso, nos estados das regiões Norte e Nordeste, o percentual de domicílios beneficiados com auxílio emergencial ultrapassou os 45%. No Amapá e no Maranhão a proporção de beneficiados foi superior a 65%. Já em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul a cobertura do programa não alcançou 30% dos domicílios

A pesquisa mostra que, em junho, o auxílio emergencial teve impacto maior sobre a primeira faixa de renda, onde estão 10% da população (21 milhões de pessoas) que residem em domicílios com renda domiciliar per capita de até R$ 50,34. Dessa faixa, 17,7 milhões (83,5%) moram nos lares que receberam o benefício. Para esse contingente, a renda domiciliar per capita média passou de R$ 7,15 para R$ 271,92, uma diferença de 3.705%.

Na segunda faixa de renda, o benefício contemplou 86,1%, o que corresponde a 18,2 milhões dos 21 milhões de pessoas que residiam nas casas onde pelo menos uma pessoa recebeu o auxílio. O impacto na faixa foi de 150%, a renda média passou de R$ 150,88 para R$ 377,22.

Para Cimar Azeredo, isso mostra que o programa teve grande impacto sobre os rendimentos das pessoas mais vulneráveis, que na ausência do benefício viveriam com R$ 354,18 ou menos. “O auxílio emergencial atingiu cerca de 80% dos domicílios das duas primeiras faixas de renda e cerca de três quartos dos domicílios da terceira faixa. Isso demonstra a importância do programa na renda domiciliar per capita dos domicílios dos estratos de renda mais baixos”, disse o diretor adjunto do IBGE.

O auxílio emergencial do governo federal é destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, com renda domiciliar per capita que não deve ultrapassar R$ 522,50 ou a renda total do domicílio que não ultrapasse a três salários mínimos (R$ 3.135).

Desocupação sobe e atinge 11,8 milhões de pessoas

No mercado de trabalho, a PNAD COVID19 MENSAL revela que, em junho, a taxa de desocupação subiu de 10,7% para 12,4%, atingindo 11,8 milhões de pessoas. Mais 1,7 milhão de pessoas ficou sem emprego, na comparação com maio. Com isso, a população ocupada reduziu para 83,4 milhões de trabalhadores.

Segundo Cimar Azeredo, esse aumento na desocupação tem relação direta com a flexibilização do distanciamento social. “Isso implicou no aumento da população na força trabalho, já que o número de pessoas que não buscavam trabalho por causa da pandemia reduziu frente a maio. Elas voltaram a pressionar o mercado”, afirmou o diretor adjunto de Pesquisas.

Azeredo destaca ainda que, apesar da queda na população ocupada em junho, houve um aumento da massa de rendimento efetiva (a soma do que todos os trabalhadores recebem), de R$ 157 bilhões vai para R$ 159 bilhões. “Esse é um dado positivo, porque indica que tivemos mais dinheiro proveniente de trabalho circulando em junho do que em maio. Esse dado indica reação do mercado”, disse ele.

Por outro lado, Cimar Azeredo também observa que continuou caindo, em junho, o número de pessoas (7,1 milhões) que ficou sem a remuneração do trabalho devido ao distanciamento social. Esse contingente é menor que o registrado no mês passado (9,7 milhões), mas ainda corresponde a quase metade (48,4%) do total de pessoas afastadas do trabalho.

“É importante acompanhar esse grupo, junto com os desocupados, desalentados e a força de trabalho potencial porque é um conjunto de pessoas sem rendimentos de trabalho. Essas variáveis podem orientar as decisões de manutenção de programas de transferência de renda”, afirmou o diretor adjunto do IBGE.

A pesquisa também mostra que caiu em 24,9% a quantidade de pessoas que estavam afastadas do trabalho (11,8 milhões) devido ao distanciamento social imposto pela pandemia. Já entre os trabalhadores não afastados, 8,7 milhões estavam atuando de forma remota em junho.

Fonte: IBGE

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