PUBLICADO EM 10 de abr de 2019
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Dalai Lama apresenta melhora em quadro de infeccioso e deve ter alta nos próximos dias

O Dalai Lama, líder espiritual dos budistas tibetanos, está se sentindo melhor e provavelmente receberá alta dentro de alguns dias, informou o porta-voz do religioso. O monge budista de 83 anos foi internado na terça-feira (9) em um hospital de Nova Déli com uma infecção no peito.

Foto: Reprodução

“Sua Santidade está muito melhor, mas segue sob tratamento no hospital e esperamos que saia dentro de alguns dias”, afirmou Tenzin Taklha à AFP por telefone.

Dalai Lama, que fugiu para a Índia no início de 1959 após uma rebelião fracassada contra o domínio chinês, vive exilado na cidade montanhosa de Dharamshala, no norte da Índia.

“O médico disse que não há razões para preocupação. Não é nada sério. Ele terá um repouso de alguns dias”, disse Ngodup Tsering, representante do Dalai Lama nos Estados Unidos, sem confirmar se ele continuaria o tratamento no mesmo hospital.

Embora seja um orador muito popular até hoje, o Dalai Lama reduziu drasticamente seus compromissos internacionais e não se encontra com nenhum líder global desde 2016. Ao mesmo tempo, diversos governos admitem reticências ao convidar o Dalai Lama por medo de gerar tensões com o governo chinês.

Até mesmo a Índia – país que ofereceu asilo ao líder espiritual dos tibetanos em 1959 – deu as costas ao Dalai Lama, a ponto de aparentemente ter alertado funcionários públicos a não participar em eventos com ele para evitar suscetibilidades diplomáticas.

Luta não violenta
Durante toda sua vida, que passou em grande parte na Índia, Dalai Lama buscou de forma incessante um compromisso com Pequim sobre o futuro dos tibetanos. A luta não violenta e pacifista rendeu o Prêmio Nobel da Paz em 1989.

O Dalai Lama renunciou em 2011 a seu poder político e encarregou o comando dos tibetanos no exílio a um primeiro-ministro eleito pela diáspora, o que representou uma mudança histórica.

Muitos dos cerca de 100 mil tibetanos que vivem na Índia estão preocupados que sua luta por uma pátria genuinamente autônoma se encerre em Dalai Lama.

O líder tibetano também trabalha para impedir qualquer tentativa do governo da China de nomear seu sucessor, a ponto de ter anunciado em 2011 que ele poderia ser o último da linhagem, que se perpetua desde o século XIV.

Ele disse à Reuters no mês passado que é possível que, quando morrer, sua encarnação possa ser encontrada na Índia e alertou que qualquer outro sucessor nomeado pela China não será respeitado.

Fonte: Folha SP

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