PUBLICADO EM 10 de ago de 2018
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Simpsons, Trump e Bolsonaro

Neste momento avalio que o candidato Jair Bolsonaro, nas eleições presidenciais, ganha fácil de Geraldo Alckmin, com quem disputa o mesmo perfil de eleitores.

Isso pode mudar, claro. Com o tempo de TV, com a experiência, com as alianças. Mas até agora o candidato do PSL é o principal nome da direita (com grande chance de continuar sendo).

Vejo, entretanto, colegas inteligentes subestimando o potencial eleitoral de Bolsonaro. Não falam dele, não o avaliam. Quando falam colocam-no no mesmo balaio de figuras do PSDB e do DEM, o que considero raso para entender a situação.

Pensam (acho) que se forem pegos falando seriamente dele serão “confundidos”, ou que, de tão absurdo, o cosmos vai acabar jogando luzes nas forças do bem para impedir trágico destino.

Amigos, o governo do PT foi bruscamente “impedido”. Vimos que governar não era apenas estar lá com um programa bem-intencionado. A reforma trabalhista, em vigor, massacra todo o movimento sindical, que é base da organização dos trabalhadores. Luís Inácio Lula da Silva, o popular e hábil político, que transita facilmente em todos os setores da vida pública, está preso! O cosmos não está agindo em nosso favor. E quando falo “nosso” não me refiro a “nós da esquerda”. Me refiro a “nós brasileiros”.

Nem tudo o que parece óbvio para cabeças iluminadas de analistas políticos reflete no senso comum. E quem quer batalhar pela eleição de um presidente progressista, precisa conhecer o adversário.

Vejamos Donald Trump, em quem Bolsonaro se espelha. Em um dos poucos momentos em que acompanhei a campanha presidencial nos EUA assisti a seguinte cena: a candidata Hillary Clinton, em um debate, acusou Trump de sonegar impostos. Ele respondeu sem rodeios “sou esperto”. Fim de papo.

Ele também chamou a ex-Miss Universo Alicia Machado, de “Miss Piggy” (Miss Porquinho) e de “Miss Doméstica”.

Estes episódios mostram o que Donald Trump pensa sobre economia e sobre comportamento.

Ele hoje ocupa a presidência dos Estados Unidos da América, como previram os Simpsons.

Carolina Maria Ruy é jornalista e coordenadora do Centro de Memória Sindical

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