PUBLICADO EM 25 de fev de 2019
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Reforma da previdência é um retorno ao início do século XX

Escrevo este texto logo após voltar do protesto conta a reforma da previdência, na Praça da Sé, em São Paulo, na quarta-feira, 20 de fevereiro, promovido pelas centrais sindicais.

A diretoria e militantes do sindicato dos servidores municipais de Guarujá, que tenho a honra de presidir, já haviam participado de igual ato público, ainda no governo Michel Temer.

Agora, no regime do ‘mito’ Bolsonaro, como antes, a maior preocupação é com a maioria do povo brasileiro, de quem se exigem 20 anos mínimos de contribuição para aposentadoria de um salário mínimo.

Antes, o tempo mínimo era de 15 anos, já difíceis de alcançar. Agora, mais difícil ainda. Quem conhece pessoas que ficam muito tempo trabalhando no mesmo local, na iniciativa privada?

Na área pública, o servidor, por enquanto, tem estabilidade. O trabalhador e a trabalhadora ficam mais tempo na mesma função ou local de trabalho.

Também me preocupo com os idosos carentes e deficientes físicos, que eram beneficiados com um salário mínimo mensal (bpc) e que passarão a ter esse direito somente com 70 anos de idade ou mais!

Outra grande preocupação é com o tempo de contribuição dos professores e professoras. Essa questão deveria ser tratada de maneira apartada, com os profissionais da área.

Somente eles são conhecedores da real situação do profissional da educação em sala de aula. Aumentar o tempo deles é realmente forçá-los a trabalhar ate o fim da vida.

Um professor ou professora que tiver que trabalhar por 40 anos em sala de aula, na educação básica, não conseguirá terminar sua carreira com boas condições de saúde. Hoje, muitos já estão mal.

Os casos dos militares, médicos plantonistas, profissionais que trabalham em turno, na construção civil e em outros setores deveriam ser analisados com mais atenção.

A única saída hoje dos trabalhadores brasileiros é contar com o congresso nacional, para que discutam e melhorem muito esse projeto de emenda constitucional.

Da maneira como foi enviada aos parlamentares, o futuro de todos nós, trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, na iniciativa privada ou pública, será na verdade uma volta ao início do século XX.

Zoel é professor, formado em sociologia e presidente do Sindserv (sindicato dos servidores municipais) Guarujá

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