PUBLICADO EM 02 de jun de 2021
COMPARTILHAR COM:

Dupla lição para os políticos

Aqui no Brasil o bom senso das direções sindicais corrigiu, muitas vezes, o sectarismo, o voluntarismo e a passividade das direções partidárias de esquerda.

Aqui no Brasil o bom senso das direções sindicais corrigiu, muitas vezes, o sectarismo, o voluntarismo e a passividade das direções partidárias de esquerda.

Isto ocorreu na história do Partidão (mesmo na clandestinidade) e aconteceu também na história do PT.

Atribuo isto à relação mais próxima e permanente da direção sindical com a base dos trabalhadores e os ativistas sindicais.

Nos partidos políticos os dirigentes e os candidatos aproximam-se do povo nos momentos eleitorais e dele se afastam passadas as eleições; ocupam-se de outras tarefas e, até mesmo o sucesso eleitoral os distancia dele.

Na vida sindical a eleição é apenas um dos acontecimentos e tem o mesmo peso de uma greve, de uma assembleia, de uma campanha salarial vitoriosa.

A própria burocracia sindical (tão forte quanto à partidária) é obrigada a uma proximidade alheia à do partido: atende com seus serviços às necessidades dos filiados – jurídicas, médicas, esportivas, familiares e culturais.

Estas considerações me levam a apelar às atuais direções partidárias de esquerda que prestem atenção ao que quer e ao que propõe o movimento sindical dos trabalhadores brasileiros.

Desde o início da pandemia e mesmo antes, o movimento sindical agredido fortemente pela onda neoliberal e pelo bolsonarismo unificou-se na resistência em defesa dos direitos dos trabalhadores e propôs a VIA – Vacina, Isolamento e Auxílio – como caminho de superação da crise e garantia de relevância do sindicato.

As necessidades dos trabalhadores, acrescidas do empenho pela solidariedade social, têm sido o norte da ação sindical unitária. As formas de luta foram as mais diversificadas, desde as greves, as assembleias presenciais e as viagens a Brasília até os grandes atos virtuais, como as comemorações do 1º de Maio.

A dupla lição de unidade e de apoio na base deveria ecoar como exemplo efetivo da ação sindical e ser seguido pelos dirigentes político-partidários.

João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical de entidades de trabalhadores

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS