PUBLICADO EM 17 de out de 2025

Centrais Sindicais condenam escalada militar dos EUA na Venezuela

Centrais Sindicais brasileiras repudiam ações militares dos EUA contra a Venezuela e defendem soberania, diálogo e paz na América Latina

Centrais Sindicais condenam escalada militar dos EUA na Venezuela

Centrais Sindicais condenam escalada militar dos EUA na Venezuela

As Centrais Sindicais brasileiras manifestaram profunda preocupação com a escalada militar dos EUA contra a Venezuela, alertando para os riscos à soberania e à estabilidade regional.

Sob o pretexto de combater o narcotráfico, o governo de Donald Trump conduz manobras provocativas e ilegais, como o envio de bombardeiros B-52 e navios de guerra.

Entre as ações, também estão a explosão de embarcações civis e a autorização para operações encobertas da CIA, em flagrante violação ao direito internacional.

As entidades denunciam que tais medidas reeditam práticas da Guerra Fria, quando o imperialismo norte-americano impunha intervenções diretas ou indiretas em países latino-americanos soberanos.

Segundo as Centrais, os EUA buscam recolonizar o chamado “hemisfério ocidental”, reafirmando a visão arrogante de que a América Latina é sua “zona de influência”.

De forma hipócrita, o governo Trump invoca a defesa da democracia, enquanto tenta restaurar o poder de elites venezuelanas alinhadas aos interesses de Washington.

No plano geopolítico, o cerco militar representa grave ameaça à paz e pode arrastar a região a um novo ciclo de guerras e instabilidade duradoura.

Diante desse cenário, os sindicalistas defendem ampla mobilização popular e diplomática, especialmente do governo brasileiro, para conter essa perigosa escalada imperialista.

“As Centrais erguem a voz em defesa da soberania, do diálogo e da autodeterminação dos povos latino-americanos”, afirmam os dirigentes em nota conjunta.

O documento é assinado por Sérgio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB), Antonio Neto (CSB) e Nilza Pereira (Intersindical).

 

Defender a paz na Venezuela é proteger a América Latina

As Centrais Sindicais brasileiras manifestam profunda preocupação com a escalada militar dos Estados Unidos contra a Venezuela. Trata-se de uma série de manobras que ameaçam não apenas o país vizinho, mas também a soberania nacional, a paz e a estabilidade da América Latina.

Sob o falso pretexto de combate ao narcotráfico, o governo de Donald Trump conduz ações militares provocativas e ostensivas, em flagrante violação ao direito internacional. Entre essas ações estão:

o envio de aviões B-52 — bombardeiros estratégicos de longo alcance e alta capacidade de destruição — para sobrevoar o território venezuelano;
o posicionamento de oito navios de guerra na costa do país;
a explosão de embarcações civis; e
a autorização pública para que a CIA realize operações encobertas em solo latino-americano.
São medidas que reproduzem práticas usadas pelos EUA na promoção de golpes militares durante a Guerra Fria, quando o imperialismo norte-americano intervinha direta ou indiretamente para subjugar governos soberanos.

Como naquela época, o país busca recolonizar o que chama de “hemisfério ocidental”, reafirmando seu desejo de controle sobre a América Latina, considerada — de forma arrogante e inaceitável — sua “zona de influência”.

De maneira hipócrita, o governo Trump fala em “defesa da democracia”, mas por trás desse discurso está a tentativa de restaurar o poder das elites venezuelanas ligadas a Washington — grupos que historicamente empobreceram o povo e tentam reverter os avanços sociais conquistados em mais de duas décadas de Revolução Bolivariana.

No plano geopolítico, a contradição é ainda mais evidente: longe de promover a democracia, o cerco militar à Venezuela representa uma ameaça intervencionista de consequências imprevisíveis, que pode arrastar toda a região a um novo ciclo de guerras e instabilidade.

Diante desse cenário, torna-se urgente a mobilização e a articulação das forças populares e dos governos da região — em especial o governo brasileiro — para conter essa perigosa escalada imperialista.

É hora de erguer a voz em defesa da soberania, do diálogo e da autodeterminação dos povos. É hora de unir forças para dizer: não à guerra, não à intervenção, sim à paz e à integração latino-americana.

São Paulo, 16 de outubro de 2025

Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Nilza Pereira de Almeida, secretária geral da Intersindical

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