PUBLICADO EM 30 de nov de 2020
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Alta de Covid-19 no Paraná, educadores decidem encerrar greve de fome

A fragilidade imposta pela falta de alimentação poderia deixá-los ainda mais vulneráveis ao vírus, explica a liderança do movimento grevistas

Com o aumento dos casos de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, no Paraná, os médicos voluntários que acompanharam os educadores em greve de fome contra os ataques do governo de Ratinho Junior a educação pública, orientaram pelo fim do jejum. A fragilidade imposta pela falta de alimentação poderia deixá-los ainda mais vulneráveis ao vírus, explicaram.

A média de novos casos de Covid-19 por dia na cidade teve aumento de 178% em novembro em relação a outubro, passando de 284,39 para 790,58, segundo tabulação feita pelo Bem Paraná.

Após o alerta dos médicos, a categoria fez uma assembleia online nesta quinta-feira (26) e, depois de oito dias em jejum total, decidiu encerrar a greve de fome. OS educadores estavam acampados em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo local.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), a greve de fome foi encerrada para garantir a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras depois de 174 horas sem qualquer tipo de alimentação, mas a mobilização continua.

A assembleia que definiu pelo fim da greve de fome, decidiu também realizar uma série de mobilizações contra os ataques à educação, entre elas, estado de greve, assembleia-permanente e indicativo de greve para o início do ano letivo de 2021.

Segundo o secretário de Comunicação, Luiz Fernando Rodrigues, a APP-Sindicato continuará mobilizada, denunciando os ataques do governador Ratinho Jr. e o secretário da Educação, o empresário Renato Feder e cobrando que as pautas da categoria sejam atendidas.

“A greve de fome se deu pelo descaso e insensibilidade do governador Ratinho. Desempregar milhares de pessoas e colocar outras milhares em risco em plena pandemia provam que o governo do Paraná não se preocupa com a vida do povo paranaense”, disse o sindicalista.

“Vamos intensificar a luta e desmascarar esse governo que se esconde como rato do debate com a categoria. Saímos mais fortes e mais dispostos a enfrentar e denunciar os abusos do governador e do comerciante que ocupa a secretaria de educação”, completou Luiz.

Entre as principais pautas dos educadores do Paraná estão a revogação do edital 47, que institui prova para o Processo Seletivo Simplificado (PSS), respeitando a saúde e o emprego dos milhares de profissionais PSS’s. Junto com a revogação do edital e da prova, a categoria reivindica a renovação dos contratos de professores e funcionários de escola atualmente contratados de forma temporária pelo processo seletivo simplificado, o pagamento do salário mínimo regional e de promoções e progressões, concurso público para suprir o déficit de educadores, além da manutenção das turmas de ensino noturno nas escolas incluídas no processo de migração para o modelo cívico-militar.

Luta intensa

A APP-Sindicato, junto com educadores iniciaram mobilizações em todo o estado no começo de novembro, quando o governador Ratinho Jr. e Renato Feder anunciaram a militarização de 216 escolas no Paraná e a realização de uma prova para PSS.

Em resposta a falta de diálogo com a categoria, que não foi consultada sobre esses projetos nefastos, trabalhadores da educação organizaram atos em frente ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o Sindicato se manteve mobilizando em frente ao Palácio Iguaçu para exigir uma reunião com o governo.

Graças a mobilização, no dia 17, representantes do governo se reuniram com a APP-Sindicato para discutir as pautas da categoria. A resposta da gestão desagradou os educadores, que montaram acampamento em frente ao Palácio Iguaçu. Já no dia 18, educadores ocuparam a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para exigir mediação no debate com Ratinho Jr.

Após a desocupação, que foi realizada no dia 19, educadores iniciaram uma greve de fome para denunciar a falta de diálogo e respeito do governador. A greve reuniu 49 educadores que se mantiveram em jejum até dia 26 de novembro, contabilizando 8 dias e mais de 170 horas sem comer. Milhares de pessoas em todo o Paraná se uniram nas últimas 24 horas em jejum e se somaram à mobilização.

Fonte: Redação CUT com informações da APP-Sindicato

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