PUBLICADO EM 26 de maio de 2020
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Pandemia pode dificultar acesso dos mais velhos ao mercado de trabalho

A jornalista, mestre em comunicação pela UFRJ e professora da PUC-RIO,Mariza Tavares escreveu em sua coluna no portal do G1 que especialistas alertam para a necessidade de políticas de inclusão dos idosos para evitar discriminação dos trabalhadores mais velhos pode se tornar ainda maior depois da pandemia do novo coronavírus

Foto: Clebertrue28 por Pixabay

O texto publicado nesta terça-feira (26) no site, toma como base o “Longevity Leaders”, que ocorreu semana passada e foi objeto da coluna da jornalista no último domingo (24). Ela explica que chamou atenção um painel sobre o preconceito contra o idoso e como combater a discriminação que, de acordo com os especialistas, deve se tornar ainda maior depois da pandemia do novo coronavírus. “Estaremos diante de um mercado devastado pela crise, no qual mesmo os jovens terão dificuldade de colocação”, alertam os especialistas.

Os idosos passarão a enfrentar o preconceito de serem um grupo de risco que o empregador terá que mandar para casa diante de uma epidemia semelhante ou uma nova onda de infecções. “A Covid-19 vai amplificar a discriminação. A pandemia pode tornar o mundo do trabalho ainda mais fechado para os mais velhos, por isso é tão importante incorporar políticas de inclusão para esse trabalhador maduro, que garantam a diversidade nas empresas.”, afirmou Kamili Wilson, vice-presidente da AARP, a associação que reúne 37 milhões de aposentados norte-americanos.

Seria um enorme retrocesso num cenário que parecia promissor: o mundo assistia, pela primeira vez em sua História, a cinco gerações diferentes no mercado de trabalho. Jean Accius, também vice-presidente da AARP, criticou inclusive a orientação de se manter idosos confinados como condição para a suspensão do isolamento social: “idade não pode ser o critério para manter as pessoas em casa. Há muitos indivíduos produtivos e nem todos têm problemas de saúde ou estão em condição frágil”.

Ele citou dois levantamentos realizados pela entidade. Um deles mostrava que o grupo composto pelos 50 mais contribuiu com 8.3 trilhões de dólares para a economia norte-americana em 2018: algo perto de 48 trilhões de reais. O outro mostrava que seis em cada dez trabalhadores relatavam a existência de discriminação em seu ambiente profissional. “Todos perdem com os estereótipos que associam envelhecimento a declínio. Precisamos mudar essa narrativa porque o preconceito é internalizado e se traduz em políticas públicas equivocadas que se perpetuam”, complementou Kamili Wilson.

Fonte: G1

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