PUBLICADO EM 12 de maio de 2021
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Motoristas de Goiânia param por vacina e reajuste e PM agride trabalhadores

Foto: DOUGLAS SCHINATTO (O POPULAR)

Em Goiânia (GO), os motoristas do transporte coletivo cansaram de esperar que as empresas sentassem à mesa para negociar melhores condições de trabalho e renda e fizeram uma paralisação contra a lotação excessiva dos veículos, por vacina para a categoria e reajuste salarial. Além da queda do poder de compra, a categoria sofre com a pandemia do novo coronavírus. Mais de 200 trabalhadores já contraíram a Covid 19 e pelo menos 3 morreram na capital goiana.

Os trabalhadores de transporte de Goiânia – que como todas as demais categorias têm garantido o direito de fazer greve – foram violentamente agredidos pela Polícia Militar (PM) do governador Ronaldo Caiado (DEM) com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, além de cassetetes.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Goiânia e Região Metropolitana (Sindicoletivo), Sérgio Reis, chegou a ser preso, mas não se intimidou.

Assim que foi liberado Sérgio informou que a paralisação já conseguiu a vitória de forçar as empresas a sentarem-se à mesa de negociação. O dia de paralisação será abonado, os 3% que haviam sido retirados dos trabalhadores da Metrobus voltarão a ser pagos e uma reunião foi agendada entre as partes.

O secretário de Administração e Finanças da Central Única dos Trabalhadores no Estado de Goiás (CUT-GO), Napoleão Batista Ferreira, que estava no local prestando solidariedade e apoio da Central à causa dos motoristas, reagiu indignado à ação da PM de Caiado.

“O presidente do sindicato e os trabalhadores foram brutalmente atacados com bala de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Isso é um absurdo em uma democracia. O direito à greve tem de ser respeitado”, disse o dirigente.

Covid entre os motoristas

No início de 2021 foram registrados 62% mais óbitos de motoristas de ônibus – uma das categorias que mais perdeu trabalhadores para a Covid-19 – do que entre janeiro e fevereiro de 2020, pré-pandemia do novo coronavírus, conforme levantamento realizado pelo jornal El País.

Com transportes coletivos ainda mais lotados durante a pandemia porque as empresas reduzem as frotas quando os governos decretam medidas de isolamento social, a categoria se arriscou a contrair a doença, muitos pegaram Covid, outros morreram e ainda assim o setor reduziu quase 50 mil postos de trabalho formais, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Reivindicações

Além da testagem em massa de todos os motoristas de Goiânia, a categoria reivindica e vacina no braço para quem assume o risco de transportar diariamente centenas de pessoas.

O Sindicoletivo reivindica ainda reajuste salarial de 15% e de 25% no Ticket Alimentação, além da manutenção dos benefícios atuais, como Plano de Saúde. Também se posicionam contra a privatização da Metrobus, que pertence ao governo do Estado; e a melhoria nas condições de trabalho.

Fonte: CUT/GO

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