PUBLICADO EM 12 de jul de 2020
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Gilberto Gil canta: O Bonde de São Januário; música

Gilberto Gil, cantor e compositor brasileiro

Em 1940 o Brasil vivia o início de um intenso processo de industrialização. Isso fez com que muitos trabalhadores deixassem o campo para ocuparem vagas nas fábricas das cidades. Se hoje o trabalho na fábrica ainda é pesado, naquela época, quando a industrialização e as leis que regem as relações entre patrão e empregado ainda estavam se formando, eram muito mais difíceis, o que causou um choque no operariado.

A música O Bonde de São Januário, de Ataulfo Alves e Wilson Batista, reflete este contexto. O Estado, entretanto, para firmar um novo modelo econômico no país, agia com rigidez. Desta forma, os enredos de Escolas de Samba só poderiam tratar de temas “históricos e patrióticos”.

A letra original de O Bonde de São Januário, exaltava a figura do “malandro” esperto, que vivia na boemia, que não era trouxa de virar operário e entrar “no bonde de São Januário” (bairro industrial) que “leva mais um otário” para trabalhar. Mas foi censurada pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) e teve que mudar. Veja abaixo como ficou:

https://youtu.be/WCm4jG3bO7Y

O Bonde São Januário
(Ataulfo Alves e Wilson Batista/1940)
Intérprete: Gilberto Gil

Quem trabalha
É quem tem razão
Eu digo
E não tenho medo
De errar
(bis)

O Bonde São Januário
Leva mais um operário
Sou eu
Que vou trabalhar
(bis)

Antigamente
Eu não tinha juízo
Mas resolvi garantir
meu futuro
Vejam voces
Sou feliz
vivo muito bem
A boemia
Não dá camisa
A ninguém
É, vivo bem

Fonte: Centro de Memória Sindical

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