PUBLICADO EM 02 de jun de 2021
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Exposição online retrata a exploração desumana do trabalho escravo contemporâneo no Brasil

Escravidao Contemp Aline Matheus. Foto: Miguel Moraes.

Por Marcos Aurélio Ruy

A exposição Escravidão Contemporânea: Esperança de Regresso, da escultora carioca Aline Matheus, está em cartaz na internet desde 25 de março. O trabalho de Aline consegue traduzir a dor de trabalhadoras e trabalhadores escravizados. Vale muito conferir.

Principalmente porque, de acordo com a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), ligada ao Ministério da Economia, somente em maio deste ano foram resgatados 314 trabalhadores em condições análogas à escravidão em 37 empresas autuadas entre 72 ações da fiscalização.

Ainda, segundo a SIT, entre 1995 e 2020 foram libertados 55.004 trabalhadores em condições de trabalho subumanas. “A situação é extremamente grave, ainda mais com o atual governo enfraquecendo a fiscalização e defendendo a impunidade das empresas que exploram o trabalho escravo”, afirma Ivânia Pereira, vice-presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

A exposição pode ser acompanhada pelo site da artista, pelo Instagram  , pelo Facebook ou pelo YouTube.

Com base em relatos de auditores fiscais, trabalhadores resgatados e pesquisa da história da escravidão no país, Aline expõe suas esculturas com uma força incrível para protestar contra essa forma de exploração do trabalho. “Artistas voltados para o combate ao trabalho escravo acabam por fortalecer a nossa luta pela erradicação dessa prática e a punição rigorosa de empresários e fazendeiros que a utilizem”, reforça Ivânia.

Para Aline, “a arte é mobilizadora de afetos e transformadora da realidade”. Ao manter contato com suas esculturas observa-se claramente essa vontade de usar a denúncia como mobilizadora para pôr fim à exploração do trabalho escravo, cuja perversidade insiste em permanecer no Brasil e em diversos países.

“Fazer a sociedade compreender a importância de se acabar com o trabalho escravo é função do movimento sindical e de todos os movimentos que acreditam na construção de outro mundo, melhor, menos desigual e mais justo”, conclui Ivânia.

Assista filme sobre a exposição

Para tanto, a ONG Repórter Brasil criou o Guia Rápido para Jornalistas sobre Trabalho Escravo com várias dicas de como realizar reportagens com esse tema. Também se torna essencial a denúncia com a liberação da lista suja do trabalho escravo, que traz as empresas que praticam essa exploração desumana de trabalhadoras e trabalhadores (leia aqui).

Fonte: CTB

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