PUBLICADO EM 11 de out de 2025

O que podemos aprender com os outubros da história?

Conheça alguns outubros da história, incluindo a Batalha de Moscou.

Outubro é um mês de datas marcantes. Em Às Portas de Moscou, Bek relata as histórias de um comandante do Exército Vermelho.

Outubro é um mês de datas marcantes. Em Às Portas de Moscou, Bek relata as histórias de um comandante do Exército Vermelho.

Por Igor Corrêa Pereira

Outubro é marcado na história por episódios gigantes. Em 08 de outubro de 1967 que Ernesto Che Guevara foi assassinado na Bolívia. Também foi em outubro a Revolução Bolchevique, Grande Revolução Socialista de Outubro, Revolução Vermelha, que tem como grande marca o 25 de outubro de 1917. Anos mais tarde, em outubro de 1941, o exército nazista avançou em direção à capital soviética. As forças alemãs conquistaram cidades como Mozhaisk e Maloyaroslavets até 18 de outubro e continuaram avançando, mas foram forçadas a recuar devido a heroica resistência do Exército Vermelho, no que ficou conhecido como Batalha de Moscou.

O livro Às Portas de Moscou (publicado originalmente com o nome Moskova Önlerinde: Volokolamsk Şosesi, em 1944) é um relato literal, feito pelo romancista Aleksandr Bek, do que foi narrado anos depois pelo comandante de batalhão, Baurdjan Momych-Uli, encarregado de defender a estrada de Volokolamsk, que dava acesso à capital Moscou – objetivo estratégico imediato dos nazistas.

O que a esquerda Ocidental contemporânea poderia aprender com esses Outubros? Questão complexa, mas esse debate deveria ser feito. O Ocidente deve ao Exército Vermelho a derrota do nazismo na Segunda Guerra Mundial. Esse fato incontestável foi escamoteado por anos de contra-informação. E qual foi a motivação desse exército revolucionário?

Esses outubros nos lembram que a esquerda revolucionária cultivava os valores da disciplina militar. Disciplina militar nos assuntos militares e em todos os demais! Era uma consigna do grande Lênin. Isso pode parecer muito estranho para um jeito de pensar a esquerda contemporâneo, cosmopolita, que defende direitos individuais acima de tudo. Mas se não fossem os exércitos que abriram mão de interesses individuais em prol de um profundo sentimento de dever fundamentado por um árduo trabalho político de consciência, provavelmente hoje estaríamos nas mãos de uma hegemonia nazista mundial.

O autor soviético Aleksadr Bek conta sobre a motivação desse exército vermelho. Não foi o medo da morte que os moveu para enfrentar tamanho perigo e sacrifícios extremos, mas o apego à vida. O sentimento de autopreservação aliado a uma profundo sentimento de dever, de amor Pátria e defesa da vida. Para se manter vivos, para manter vivas suas famílias, sua forma de existência, eles enfrentaram o temível exército de Hitler. Venceram o General Medo e escreveram a página mais valiosa do legado do socialismo soviético para a Humanidade.

Igor Corrêa Pereira é técnico em assuntos educacionais e mestre em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Membro da direção estadual da CTB do Rio Grande do Sul.

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