AINDA ESTOU AQUI, traz para o Brasil o primeiro Óscar. Melhor filme internacional. O Brasil em festa, o mundo saboreando, como nós, um filme maravilhoso. Walter Salles mostra mais uma vez a sensibilidade de contar uma história dos tempos da ditadura, dos porões, sedes das torturas, dos assassinatos tentando calar a democracia, acabar com famílias, amigos, intelectuais e todos que se colocavam contra um regime ditatorial e criminoso.
Walter Salles consegue nos mostrar esse horror, essa época, sem cair no discurso vazio. A vida, a tortura e a morte estão nas imagens, é cinema puro.
Uma história tirada da capacidade do Marcelo Rubens Paiva em seu livro onde a dor dá lugar a restauração do sofrimento da sua família e em especial de Eunice, sua mãe.
Esse livro tem que ser lido e esse filme tem que ser assistido pelos que passaram por aquele tempo sombrio e pelos jovens para compreenderem que a democracia é a vida que tem que ser vivida.
Fernanda Torres é a Eunice que entrou na nossa alma e afetou nosso coração. Que dedicação e sensibilidade para viver aquela que passou a vida lutando e mantendo a família íntegra, apesar do sofrimento
Parabéns, Marcelo, Walter, Fernanda e todos que na frente ou atrás da câmera nos trouxeram a verdade e a esperança do futuro. Parabéns a nossa cultura, nosso cinema, sabor de orgulho.
Que nunca mais tenhamos que passar por esse tempo sombrio retratado com maestria. Tortura nunca mais. Que fique ainda mais claro para todos, que não pode haver perdão por aqueles que buscam golpear nosso País, nossa democracia, nossa vida.
Sem anistia. Prisão para os que participaram do golpe de oito de janeiro seja quem for, venha de onde vier.
Viva AINDA ESTOU AQUI. Viva nossa cultura, nosso cinema, nossa democracia, nossa vida.
José Gozze, presidente da PÚBLICA, Central do Servidor