PUBLICADO EM 21 de nov de 2024
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Justa homenagem

Participei na última terça-feira (dia 19), como debatedor, da mesa de um evento em homenagem à memória de Raphael Martinelli, ativista e dirigente sindical ferroviário, preso e torturado pela ditadura militar e militante durante toda sua vida ao longo de seus muitos anos.

Discutiram-se também os desafios atuais a serem enfrentados pelo movimento sindical dos trabalhadores.

Aconteceu no Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – Sindnapi – FS (na antiga e famosa sede do sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, na rua do Carmo) e a “nomenclatura” da mesa (seguindo a ordem fotográfica) retrata bem o alcance da homenagem e dos debates: Carolina Maria Ruy do Centro de Memória Sindical, José Luiz del Roio do Instituto Astrojildo Pereira, Sebastião Neto do Instituto, Informações, Estudos e Pesquisas (IIEP), Frei Chico do Sindnapi, Rosa Martinelli, filha do homenageado, Almino Affonso, ministro do Trabalho de Jango (do alto dos seus 95 anos fez uma lúcida e memorável intervenção), Lincoln Secco, professor da USP e historiador consagrado e eu mesmo.

No auditório, dirigentes sindicais, velha guarda (e nova guarda) de militantes, pesquisadores, estudantes e jornalistas acompanharam emocionados e atentos as inúmeras intervenções, filmes e fotografias depois de prestarem homenagem, com um minuto de silêncio, a Arnaldo Gonçalves, comunista, dirigente sindical dos metalúrgicos, protagonista da Conclat e recentemente falecido.

O movimento sindical dos ferroviários, em particular a ação dos comunistas, foi essencial na história do movimento sindical brasileiro, como destacou o professor Lincoln, citando Caio Prado Júnior. A vida apaixonada de Raphael Martinelli, justamente homenageado, individualiza bem essa trajetória.

João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical

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