
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
As principais centrais sindicais do país — CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Intersindical e Pública Central do Servidor — divulgaram nota pública em repúdio à chacina ocorrida no Rio de Janeiro em 28 de outubro, que deixou mais de 130 mortos, durante a chamada Operação Contenção, comandada pelo governo estadual.
No documento, as entidades classificam o episódio como um “espetáculo de barbárie” que “fere a consciência nacional e envergonha o Brasil perante o mundo”. As centrais denunciam a adoção de uma política de segurança baseada no extermínio e afirmam que o Estado não pode se converter em “agente da ilegalidade”.
A nota também expressa apoio à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que determinou que o governador Cláudio Castro preste esclarecimentos sobre a operação, e pede ação firme do governo federal para conter o avanço da violência institucional no país.
O texto, assinado pelos presidentes Sérgio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Adilson Araújo (CTB), Antonio Neto (CSB), Nilza Pereira de Almeida (Intersindical) e José Gozze (Pública), reafirma que “não há paz possível fora da legalidade” e que a defesa da vida deve ser o princípio de qualquer política pública
Confira a íntegra da Nota
Nota pública das centrais sindicais sobre a chacina no Rio de Janeiro
O espetáculo de barbárie ocorrido no Rio de Janeiro em 28 de outubro, que deixou um saldo macabro de mais de 130 mortos, fere a consciência nacional e envergonha o Brasil perante o mundo.
O massacre, resultado da Operação Contenção, revelou uma trágica e inaceitável política de segurança pública que, em vez de proteger, extermina. Trata-se de uma chacina de proporções históricas, com repercussões devastadoras para qualquer ser humano que valorize a vida e o Estado de direito.
A ação, desastrosamente comandada pelo governador Cláudio Castro, não apenas vitimou moradores das comunidades, mas estigmatizou toda a sociedade carioca, reforçando estereótipos, o medo e o abismo social que divide o país. O crime deve ser combatido, sim — com firmeza, mas dentro dos limites da Constituição e da lei.
Quando o próprio Estado assume o direito de matar sumariamente, ele se converte, ele mesmo, em agente da ilegalidade. O nível de violência aplicado em plena luz do dia, em uma das maiores cidades do mundo, arrasta o país de volta à barbárie e da impunidade.
O Supremo Tribunal Federal, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, determinou que o governador Cláudio Castro preste informações detalhadas sobre a operação. A decisão marca um passo importante na tentativa de conter o avanço da violência institucional no país.
Reiteramos apoio à ação do STF e clamamos que o governo federal atue com firmeza para interromper a escalada de selvageria e descontrole que se abateu sobre o Rio de Janeiro.
O Brasil precisa reafirmar que não há paz possível fora da legalidade e que a vida — todas as vidas — deve ser o princípio e o fim de qualquer política pública.
São Paulo, 29 de outubro de 2025
Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Nilza Pereira de Almeida, secretária Geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
José Gozze, presidente da Pública Central do Servidor
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