PUBLICADO EM 10 de jun de 2020
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Categoria de porteiro luta pela valorização e garantia dos postos de trabalho

Leandro Alves, de 26 anos, que trabalha no Condomínio Vila Tamarineira, localizado na Zona Norte do Recife, com cerca de 120 apartamentos. (Foto: Rodrigo Baltar/Divulgação)

Quando parte da população está em casa se prevenindo contra o coronavírus, vários profissionais se mostram imprescindíveis, mantendo os postos ativos para o bom funcionamento da sociedade e segurança de todos. É o caso dos porteiros, categoria que entrou como serviço essencial por decreto do governo do Estado, por dar suporte aos prédios comerciais e residenciais. Neste dia 9 de junho, é comemorado o Dia Municipal do Porteiro, instituído em 2017, para valorizar a atuação desses profissionais que realizam um trabalho tão importante e, muitas vezes, pouco reconhecido.

Ter uma boa comunicação e “jogo de cintura”, muita atenção e simpatia são alguns requisitos para ser um bom porteiro, de acordo com Leandro Alves, de 26 anos, que trabalha no Condomínio Vila Tamarineira, localizado na Zona Norte do Recife, com cerca de 120 apartamentos. “Somos o cartão de visitas do prédio, fazemos a segurança e damos apoio total aos moradores. Atuamos como facilitadores”, aponta. Filho de pai vigilante e de mãe diarista, Leandro começou a trabalhar como zelador no mesmo residencial e foi recentemente promovido. “Acredito que devido ao meu esforço e dedicação total ao serviço, a síndica me deu esse voto de confiança. Foi um presente pra mim”, afirma o trabalhador. Para ele, sua função está totalmente ligada à segurança e à tranquilidade dos moradores. “A gente faz tudo para que a vida deles seja tranquila. Nossa função é a segurança em primeiro lugar”, acrescenta.

Apesar de tanta dedicação e esforço, a categoria vem enfrentando momentos difíceis, tendo seus postos de trabalhos substituídos pela portaria digital. Defendendo a segurança e os postos de trabalho dos porteiros da cidade do Recife, o vereador Rinaldo Júnior, atual presidente do Sindicato dos Empregados em Condomínio (SIEEC), criou o Projeto de Lei da Portaria Digital, em março deste ano, que estabelece restrições à implantação desse tipo de portarias na cidade. O projeto está em tramitação na Câmara Municipal do Recife e, em breve, deve ir para votação no Plenário. “Essa substituição afeta diretamente a sociedade, pois é um serviço que não fornece a segurança que um profissional dispõe aos moradores do condomínio”, alerta Rinaldo Júnior. “Esse trabalhador é essencial na vida dos pernambucanos. Queremos que postos de trabalho sejam mantidos e questionamos principalmente a vulnerabilidade desse serviço digital”, acrescenta. A proposta é discutir com o setor empresarial para regulamentar quais tipos de prédios poderiam aderir a este formato de portaria, levando em consideração o número de andares, fluxo de entrada e saída de pessoas, entre outros aspectos.

SIEEC

Com 45 mil trabalhadores na Região Metropolitana do Recife, a categoria conta com total respaldo do Sindicato dos Empregados em Condomínios (SIEEC), que abrange associados do Recife, de Olinda e Jaboatão dos Guararapes, e força sindical ativa. Fundado há oito anos, o SIEEC presta suporte jurídico trabalhista, cível, previdenciário e penal, além de outros serviços aos associados. “Vivemos uma realidade triste de retirada de direitos, reforma trabalhista e de perdas significativas para a categoria. Mas com união e muito apoio da classe, o sindicato continua atuando fortemente em várias conquistas. Somos 16 mil associados”, explica Rinaldo. Entre os serviços, o sindicato oferece departamento médico com capacidade de atender cerca de 12 mil pessoas, com ambulatório clínico e mais de 20 especialidades, que vão de acupuntura até cardiologia.

Já o setor jurídico do SIEEC foi responsável por conquistas significativas para os trabalhadores. Na convenção coletiva deste ano conseguiu assegurar direitos aos trabalhadores. “Atuamos de forma proativa e atenta em todas as mudanças e atualizações. Um grande exemplo disso foi a conquista do pagamento de feriados para quem labora na escala 12h/36h, que tinha sido suprimida pela reforma trabalhista”, aponta a advogada do sindicato, Marcelle Pereira. “Nossa maior preocupação em relação à PL da Portaria Digital é assegurar os postos de trabalho efetivamente. Estamos trabalhando para que a instalação desse serviço não seja feita de maneira indiscriminada, trazendo tanto desemprego, como vem ocorrendo em várias capitais do Brasil”, reforça. “São muitas batalhas e precisamos estar atentos a todas as demandas. Queremos que cada vez mais trabalhadores conheçam as atividades do sindicato e se filiem”, finaliza.

Fonte: Diário de Pernambuco

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