PUBLICADO EM 03 de out de 2020
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A planta pede chuva como nós pedimos ar puro, liberdade e direitos iguais; músicas

Janis Joplin

Por Marcos Aurélio Ruy

De “Micheque” a “Tenho Sede” a música popular brasileira sempre presente nas questões cruciais da vida do país. Aqui tem forró, com Anastácia, que no ano que vem completa 80 anos de vida, MPB com Ellen Oléria, uma das novas vozes representando a mulher negra e lésbica e com Hermes Aquino, compositor e cantor gaúcho pouco lembrado atualmente, rock com Sepultura um grupo brasileiro de heavy metal com sucesso mundial e Detonautas Roque Clube. E merecidas homenagens a Jimi Hendrix (1942-1970), pela passagem dos 50 anos de sua morte, em 18 de setembro e Janis Joplin (1943-1970) que também nos deixou no dia 4 de outubro de 1970, há exatos 50 anos.

Janis Joplin

Não poderia ficar de fora desta seleção uma das mais importantes vozes da música no mundo. A estadunidense Janis Joplin partiu no dia 4 de outubro de 1970, aos 27 anos. Mas sua voz e suas interpretações singulares jamais serão esquecidas. Joplin inovou e destacou a voz da mulher nos efervescentes anos 1960 cantando a vontade de superar um sistema opressor das mulheres, dos negros, da classe trabalhadora e da vida. Morreu jovem, mas sua arte permanece eterna.

“Seu pai é rico

E sua mãe é de tão boa aparência

Ela parece bem agora

Silêncio, baby, baby, baby, baby, baby

Não, não, não, não, não chore

Não chore!”

 

Summertime (1969), de DuBose Heyward, George Gershwin e Ira Gershwin, canta: Janis Joplin

Anastácia

A cantora e compositora pernambucana Anastácia (Lucinete Ferreira) está na estrada do forró há muitos anos. Meio sumida da mídia atualmente, ela reúne composições em parceria com seu ex-companheiro Dominguinhos (1942-2013), entre muitos outros parceiros. Tem o seu lugar reservado na memória e na história da música popular brasileira.

“Traga-me um copo d’água, tenho sede

E essa sede pode me matar

Minha garganta pede um pouco d’água

E os meus olhos pedem teu olhar

 

A planta pede chuva quando quer brotar

O céu logo escurece quando vai chover

Meu coração só pede teu amor

Se não me deres, posso até morrer”

 

Tenho Sede (1976), de Anastácia e Dominguinhos

Jimi Hendrix

Por uma falha imperdoável, Jimi Hendrix não foi selecionado no momento de lembrança dos 50 anos de sua partida antes de completar 28 anos em 1970. Hendrix colocou a guitarra no centro do palco e destacou o instrumental mesmo em festivais como Woodstcok, em 1969.

“Névoa púrpura por toda a minha cabeça

Agora as coisas não parecem mais as mesmas

Estou agindo meio engraçado, mas não sei o motivo

Com licença enquanto beijo o céu”

 

Purple Haze (Névoa Púrpura, 1967), de Jimi Hendrix

Ellen Oléria

A brasiliense Ellen Oléria está na estrada dede 2009 e se destaca na MPB contra o racismo e o preconceito aos LGBTs. Vale prestar atenção em seu talento vocal, melódico e poético.

“Todo o mundo que procura a cura

Sabe que toda a matéria em terra é finda

Mora na esperança mera

Chora, quer melhor presente agora

Vitória na trajetória

Quer se inundar de glória

Pôr sua digital na história

Desejo é planta, é flora”

 

Afrofuturo (2016), de Ellen Oléria

Hermes Aquino

O gaúcho Hermes Aquino anda sumido das mídias, mas estourou em 1976 com “Nuvem Passageira” aqui selecionada. Uma boa lembrança. A atualidade de suas canções é inegável.

“Não adianta escrever meu nome numa pedra

Pois essa pedra em pó vai se transformar

Você não vê que a vida corre contra o tempo

Sou um castelo de areia na beira do mar”

 

Nuvem Passageira (1976), de Hermes Aquino

Sepultura

A banda mineira de heavy metal Sepultura foi criada em 1984 e nunca mais saiu das paradas de sucesso. Primeiro encantou o mundo com seu rock sem igual ao misturar death metal e thrash metal música indígena, africana, japonesa e diversos gêneros musicais brasileiros.  É uma das bandas de heavy metal mais prestigiadas do mundo.

“Sozinho, afastado

Perdido, raiva escurecida

Longe da graça

De um mundo traído

Venha e liberte a besta

Você pode me ouvir?

Eu quero a esperança”

 

Machine Messiah (Messias Máquina, 2017), de Andreas Kisser; canta: Sepultura

Detonautas

Detonautas Roque Clube é uma banda de rock carioca formada em 1997. Em geral apresenta canções políticas e com temas sociais. Aqui a sua mais recente canção “Micheque”, que motivou processo à banda pela primeira-dama Michele Bolsonaro, como notícia a mídia. A letra está na legenda do vídeo.

Micheque, de Detonautas

 

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