Depois de Getúlio Vargas, Lula foi o melhor presidente do Brasil. Ambos governaram duas vezes. Entre os dois há muitas semelhanças e também muitas diferenças. Mas Getúlio e Lula mostraram compromisso com o povo, os trabalhadores, a inclusão social e a soberania nacional.
Por isso, eles foram execrados pela elite conservadora e antinacional.
Sobre Getúlio, já se sabe da importância de seu legado. Quanto a Lula, a história ainda há de fazer o registro correto de seu papel, desde seus tempos de líder sindical até os dias atuais. Tivemos, também, João Goulart, um grande presidente que era nacionalista e ligado aos trabalhadores.
Vou falar do Lula que conheço, deixando claro que todos são iguais perante a lei e todos têm direito à ampla defesa. Conheço um Lula que ousou desafiar a ditadura ao defender os metalúrgicos e buscar melhorias para a classe trabalhadora. Conheço um operário que teve a audácia de formar um partido cuja meta era a conquista de uma vida digna para o povo trabalhador do campo e da cidade. Veja bem:
nunca fui do PT, pois minha formação vem do Partidão.
Na Assembleia Constituinte, conheci um deputado atuante, que obteve Nota 10 pelo Diap, por ter votado a favor de todas as matérias de interesse dos trabalhadores. Nota alcançada também por votar pela proteção da empresa nacional e das nossas reservas minerais.
O presidente Lula governou por oito anos. Terminou o segundo mandato com 84% de aprovação. No que diz respeito aos trabalhadores, o próprio Diap faz um balanço muito positivo. Cito quatro iniciativas: Lula criou o Piso salarial nacional do professor; vetou a Emenda 3 – aprovada pelo Congresso e patrocinada pela Rede Globo – que acabava com o registro em Carteira; retirou de pauta o projeto da terceirização; e iniciou a política de recomposição do valor do salário mínimo.
Pela minha função sindical, viajo a vários países. E Lula é respeitado em todos, seja por sindicalistas, seja por governantes, das mais diversas concepções ideológicas. Fora do Brasil, há um espanto pela forma agressiva com que o ex-presidente é tratado por nossa mídia e caçado por certos juízes.
Não sou advogado de Lula, porque ele tem uma banca à disposição. O que não posso aceitar, porém, é que sindicalistas destilem ódio e queiram que ele seja justiçado, sem direito a todos os recursos. Essa gente não vê, ou não quer ver, que hoje caçam Lula, mas amanhã a caça pode ser um sindicalista, só pelo fato de ser dirigente classista, defender uma categoria profissional e buscar dignidade pra quem trabalha, produz e carrega nas costas este Brasil.
Sejamos sensatos, ainda que certos juízes não sejam.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação Sindical da Força Sindical
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