PUBLICADO EM 29 de abr de 2020
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Setor de calçados fecha cerca de 26 mil postos em todo País entre março e abril

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) números são referentes ao período de 23 de março a 28 de abril. Eunice Cabral presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Setor Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados (Conaccovest) alerta para a falta de diálogo com os sindicatos da categoria para negociar redução de jornada e suspensão de contrato

por Fábio Casseb

“Empresas do setor não estão negociando redução de jornada e de salários ou até mesmo a suspensão de contratos, como prevê a MP 936 e tomam a decisão de forma unilateral”, alerta Eunice Cabral, presidente da Conaccovest – Foto: Reprodução

Levantamento realizado pela Abicalçados estima a perda de 26,5 mil postos do setor calçadista em todo o Brasil, entre os dias 23 de março e 28 de abril. Segundo os dados apurados, o estado que mais perdeu postos no período foi São Paulo, com 7,9 mil demissões, 30% do total.

Rio Grande do Sul, com 7,6 mil postos perdidos, e Minas Gerais, com a perda de 5 mil postos, aparecem na sequência. Em Santa Catarina, estima-se a perda de 2,5 mil postos no período.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira comenta que o quadro é resultado de uma queda brusca nos pedidos entre março e abril em razão da pandemia do novo coronavírus. “Além do varejo estar fechado, portanto sem fazer novos pedidos, tivemos problemas com pagamentos e cancelamentos, inclusive para exportação”, explica o dirigente que ressalta ainda que a estimativa é de uma queda de 22,5% no consumo mundial de calçados ao longo de 2020.

Eunice alerta que os trabalhadores não podem pagar o pato sozinhos por esta crise que atinge a todos

Sindicalista reclama da falta de diálogo
Os números são alarmantes, mas mais alarmante ainda é o fato, segundo sindicalista ouvida pelo site Rádio Peão Brasil, de que as empresas não estão nem ao menos procurando os sindicatos de trabalhadores da categoria para dialogar e negociar a redução de jornada de trabalho ou mesmo a suspensão de contrato de trabalho, prevista pela MP 936 editada pelo governo.

Eunice Cabral, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Setor Têxtil, Vestuário, Couro e Calçados (Conaccovest) reclama da falta de diálogo com os sindicatos da categoria para que não sejam tomadas decisões unilaterais visando apenas o prejuízo das empresas, deixando de lado os trabalhadores que serão desamparados neste grave momento que o País atravessa. “Os trabalhadores não podem ser penalizados pela crise é preciso proteger a saúde, o emprego e a renda destes trabalhadores e trabalhadoras”, defende a sindicalista.

A sindicalista que também é presidente do Sindicato das Costureiras SP e Osasco lembra que o setor tem grande mercado no exterior, mas movimenta muito o mercado interno. “Com as lojas fechadas as vendas para o consumidor cairam praticamente a zero o que impactou negativamente a produção do setor”, lembra.

Com informações da Abicalçados

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