PUBLICADO EM 25 de jul de 2018
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“Essa eleição está para mim”, afirma Ciro Gomes

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o Candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, minimizou o impacto da debandada do Centrão, culpou o PT pela perda deste apoio e afirmou que esta eleição “está para ele”.

Dias depois de ter sua campanha enfraquecida pela perda de apoio do chamado “Centrão” (DEM, PP, PRB e SD), o jornal Valor Econômico desta quarta-feira (25) traz uma entrevista de uma página inteira com Ciro Gomes, feita pelo seu principal time de jornalistas políticos, Maria Cristina Fernandes, Ricardo Mendonça, Cristiane Agostine e César Felício.

Ciro oficializou sua candidatura dia 20 de julho, ainda sem contar com apoio de nenhum outro partido. Não está certo se o presidenciável terá o apoio do PSB e do PCdoB e, enquanto o PDT lançava a candidatura de Ciro, DEM, PP, PRB e SD sinalizavam que apoiariam Geraldo Alckmin, do PSDB.

Mas, mesmo perdendo preciosos segundos da propaganda eleitoral na TV, ele afirmou, na entrevista, que nunca cogitou “nem na mais remota hipótese, ter o [apoio do] Centrão”. E disse mais. Disse que seus concorrentes, do PSDB ou do PT, têm problemas com a justiça e que os ‘trendings’ (tendência), que, segundo ele, já estão dados, são hostis ao Alckmin e “bastante e favoráveis” a ele.

Ele disse que perdeu apoio do centro porque surgiram assuntos sobre os quais “não dava para transitar”. Instigado a dizer quais seriam estes assuntos, respondeu sugestivamente: “Não quero ser indelicado com eles, mas essa agenda de mercado, reforma trabalhista…”.

As questões programáticas e ideológica, entretanto, não foram as causas principais da migração daqueles partidos para o lado do ex-governador paulista, Geraldo Alckmin. Segundo Ciro, por traz desta movimentação existe uma manipulação do PT, que teria orientado o ex-deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PR, que vetou o apoio à Ciro no Centrão.

“Valdemar está sendo orientado pelo [ex-presidente] Lula. Então, num certo momento, o Lula preferia que ele fosse para o [Jair] Bolsonaro. E ele quis ir para o Bolsonaro. Lá pelas tantas, a turma do Bolsonaro criou uns casos na questão do Rio, o próprio filho dele chamou o Valdemar de corrupto. Deu um azedume. Aí o Valdemar volta e começa a conversar com o Centrão, quando sou afastado da conversa”, afirmou ele.

Ciro ainda acusou o PT “menos o Lula” (sic) de não se preocupar com o Brasil, de fazer qualquer negócio “manter a hegemonia do PT no campo progressista no país” e de ter colocado o Michel Temer na linha de sucessão presidencial.

Sobre a possibilidade de, se eleito, fazer privatizações para financiar a reforma da Previdência, ele disse que “é tudo pretexto para entregar”, que não deve privatizar a Eletrobrás “nem a pau” e comparou: “Sabe quanto esses caras botaram o preço da Eletrobras? Sete churrascarias Fogo de Chão”. Ele afirmou também que pretende introduzir o tributo sobre lucros e dividendos e que tem o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para esta medida.

Ciro disse ainda que o Supremo não precisa de controle externo e “quem está precisando de controle externo é o Ministério Público, que passou de qualquer limite. O Conselho deles é corporativo e tem que mudar”.

A ver.

Carolina Maria Ruy

 

 

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