PUBLICADO EM 17 de maio de 2018
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Entidades de classe criticam decisão de manter Selic em 6,5%

Protesto contra juros altos

Foto: Jaélcio Santana

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de interromper um ciclo de queda na taxa básica de juros não foi bem recebida pela Força Sindical e as principais entidades empresariais da indústria no país. A taxa foi mantida em 6,50% ao ano, após um ciclo de 12 quedas consecutivas.

Em nota, a Força Sindical avaliou que o “Copom continua com sua política extremamente conservadora de reduzir a Selic a ‘conta-gotas’, o que contraria os interesses da classe trabalhadora”.

“O efeito dessa estratégia ainda não favoreceu o trabalhador brasileiro. Continua, isto sim, a favorecer banqueiros e especuladores, que preferem aplicar no mercado financeiro em detrimento da produção. O resultado dessa política é a estagnação econômica”, diz a nota, assinada pelo presidente da central, Paulinho da Força. (Confira no final da matéria a íntegra da nota)

Já a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) avaliou que a medida não foi acertada, já que a inflação continua em queda e as projeções estão abaixo do centro da meta estabelecida. “Além disso, os dados recentes indicam uma recuperação econômica mais lenta do que o esperado, o que tem resultado em sucessivas revisões para baixo das expectativas de crescimento do PIB”.

Em tom mais contundente, a Federação Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmou em comunicado que o “Banco Central joga contra o Brasil ao manter a Selic em 6,5%”. De acordo com a entidade, a manutenção da taxa vai retardar a redução do custo do crédito. “Corremos o risco de ver morrer a retomada da economia, num momento em que o Brasil tenta sair de sua pior crise. O crescimento ainda é muito frágil – e só vai ganhar força se ficarem em nível razoável os juros para quem quer investir e consumir”, afirma a Fiesp, em nota.

Cautela
Já para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom reflete as preocupações do Banco Central com os possíveis impactos da desvalorização do real frente ao dólar. Mesmo assim, o ritmo lento da recuperação da economia combinada com uma inflação baixa ainda permitiriam mais um corte nos juros, defende a entidade.

Para o presidente da CNI, Robson Andrade, embora os juros atuais sejam os mais baixos desde 1986, os custos dos financiamentos continuam elevados por causa do spread bancário, que é a diferença entre o que os bancos pagam na captação de recursos e o que eles cobram ao conceder um empréstimo. “Os custos elevados dos empréstimos desestimulam os investimentos das empresas e o consumo das famílias, comprometendo a recuperação da economia”, observa. Para Andrade, o crescimento sustentado depende do equilíbrio das contas públicas. “É preciso persistir nas medidas de ajuste fiscal que assegurem a estabilidade econômica. Isso permitirá a manutenção dos juros baixos por um longo período”, conclui.

Copom mantém juros ainda elevados

A opção do Copom (Comitê de Política Monetária), de manter a taxa Selic no atual patamar é apostar no fraco desempenho da economia.

A política de redução de juros dos últimos meses, a “conta-gotas”, praticamente não favoreceu o trabalhador brasileiro. Continua, isto sim, a favorecer banqueiros e especuladores, que preferem aplicar no mercado financeiro em detrimento da produção.

O resultado dessa política é a estagnação econômica. Ressaltamos que mais de 13 milhões de trabalhadores brasileiros continuam desempregados. Também lembramos que o spread bancário continua alto e a taxa de juros do cartão chega ao absurdo de 400% a.a.

Vale destacar que juros altos sangram o País e inviabilizam o desenvolvimento. O mercado de trabalho tem diminuído o ímpeto de geração de empregos, ao mesmo tempo em que a indústria apresenta desempenho pífio nos últimos meses.

O pagamento de juros, por parte do governo, consome e restringe consideravelmente as possibilidades de crescimento do País, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outros.

Mais uma vez o Banco Central frustra os anseios dos trabalhadores.

Paulo Pereira da Silva – Paulinho da Força
Presidente da Força Sindical

com informações da Agência Brasil

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