PUBLICADO EM 22 de jan de 2019
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Davos: em um discurso de apenas 6 minutos Bolsonaro fala em reformas de forma vaga

Na abertura do Fórum Econômico Mundial nesta terça-feira, presidente disse que tem credibilidade para fazer as reformas de que o País precisa, mas não citou mudanças na Previdência

Foto: Arquivo

O presidente Jair Bolsonaro fez nesta terça-feira, 22, um discurso de apenas 6 minutos na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. A previsão inicial era de que ele falasse 45 minutos. Ele falou em “fazer as reformas de que o País precisa”, mas não citou a Reforma da Previdência. Falou também em corte de impostos e prometeu combater a corrupção.

Carga tributária menor
Bolsonaro não mencionou explicitamente no discurso quais reformas pretende fazer, mas ressaltou que quer diminuir a carga tributária e simplificar as normas com o objetivo de “facilitar a vida de quem deseja produzir, empreender, investir e gerar empregos” no Brasil. “Tenham certeza de que, até o final do meu mandato, nossa equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes, nos colocará no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios”, disse.

No comércio internacional, Bolsonaro destacou que o Brasil é uma economia relativamente fechada e que seu governo tem como compromisso “mudar essa condição”. “Nossas relações internacionais serão dinamizadas pelo ministro Ernesto Araújo, implementando uma política na qual o viés ideológico deixará de existir”, disse ele. “Para isso, buscaremos integrar o Brasil ao mundo, por meio da incorporação das melhores práticas internacionais, como aquelas que são adotadas e promovidas pela OCDE”, completou.

Além de uma maior abertura comercial do Brasil, ele defendeu a reforma da Organização Mundial da Saúde (OMC) em seu curto discurso. “Buscaremos integrar o Brasil ao mundo também por meio de uma defesa ativa da reforma da OMC, com a finalidade de eliminar práticas desleais de comércio e garantir segurança jurídica das trocas comerciais internacionais”, afirmou.

“Brasil é quem mais preserva o meio ambiente”

O presidente destacou a questão ambiental em seu discurso, defendendo que o Brasil apresenta a maior preservação ambiental do planeta e que há grande potencial para o “desenvolvimento”. “Nenhum outro país do mundo tem tantas florestas como nós. A agricultura se faz presente em apenas 9% do nosso território e cresce graças a sua tecnologia e à competência do produtor rural”, disse ele, destacando que menos de 20% do solo é dedicado à pecuária. “Essas commodities, em grande parte, garantem superávit em nossa balança comercial e alimentam boa parte do mundo.”

“Nossa missão agora é avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente e da biodiversidade com o necessário desenvolvimento econômico, lembrando que são interdependentes e indissociáveis”, disse Bolsonaro em seu discurso, ainda ao falar sobre o meio ambiente.

Após ter dado declarações controversas sobre a permanência do País no Acordo de Paris, o presidente disse que pretende estar “sintonizado com o mundo na busca da diminuição de CO2 e na preservação do meio ambiente”.

Sem espaço para a esquerda

Ele ainda prometeu que vai defender a família e os “verdadeiros” direitos humanos, além de proteger o direito à vida e à propriedade privada e “promover uma educação que prepare a juventude para os desafios da quarta revolução industrial”. Disse também que o Brasil está preocupado em fazer a América do Sul “grande”, mas sem viés de esquerda. Na conversa entrevista que deu após a abertura destacou que vários políticos alinhados à centro-direita foram eleitos na região. E disse que esse é um sinal de que não há espaço para a esquerda na região.

Fala rápida

O discurso do presidente Jair Bolsonaro, em Davos, ocorreu sem improvisos e durou aproximadamente 6 minutos. Em 2014, a presidente Dilma Rousseff falou por pouco mais de 32 minutos. Alguns anos depois, Temer falou por 30 minutos, incluindo perguntas. Lula fez três discursos na plenária de Davos. Em 2003, ele falou por 28 minutos, também com perguntas. Em 2005, foram mais 27 minutos, também com questões. Em 2007, sua participação chegou a 38 minutos.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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