PUBLICADO EM 04 de maio de 2022
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O terrível jogo da direita na disputa eleitoral de 2022

Ainda não se sabe ao certo no que isto vai dar, mas em relação às eleições deste ano vai ficando evidente que, diante do fracasso eleitoral prévio dos candidatos e/ou pré-candidatos ‘batizados’ pela grande mídia de ‘terceira via’, a direita econômica e política, sua idealizadora, acaba por desconstruir o jogo por ela montado, ou seja, tem forçado a desistência das várias pré-candidaturas à presidência da República e tenta reposicioná-las para apenas uma que possa tornar-se competitiva em relação a Lula e a Bolsonaro que, neste momento, ocupam o primeiro e segundo lugar, respectivamente, no âmbito da disputa eleitoral em curso. Obviamente que na ausência de nome competitivo e, tal como ocorreu em 2018, a elite de mentalidade escravista optará por Bolsonaro.

Os rearranjos apontam ainda para o lançamento de nomes vários dentro e fora do governo na disputa a cargos para a Câmara Federal e o Senado.

O objetivo parece ser a formação de uma grande bancada parlamentar no campo conservador visando dar sustentação política ao presidente da República, caso o eleito seja Bolsonaro, ou qualquer outro do campo da direita, fazendo avançar ainda mais o desmonte do Brasil, e também para fazer oposição sistemática, dificultar e até mesmo impedir de governar se o vitorioso for o ex-presidente Lula.

Ao se materializar tais articulações elaboradas à direita do espectro político teremos para o próximo mandato um parlamento ainda mais conservador (ultraliberal no aspecto econômico e reacionário nos costumes) do que este que se encerrará em 31 de dezembro.

Está bastante visível essa mobilização nos estados e uma parcela nada pequena de militares aposentados e da ativa, policiais, garimpeiros e fazendeiros destruidores do meio ambiente, pastores evangélicos, ex-jogadores de futebol, youtubers, etc., tendo suas candidaturas financiadas por inconfessáveis grupos de interesses com a infernal missão de formar essa grande bancada parlamentar, não para ajudar o país a reencontrar o caminho do desenvolvimento com justiça social, mas objetivando aprofundar o seu desmonte, transformá-lo em escombros.

A esquerda brasileira e demais forças comprometidas com o desenvolvimento nacional e a democracia precisam atentar para os fatos e marchar de forma organizada com o firme propósito de se contrapor a esse plano eleitoral macabro da direita e extrema-direita, não só para eleger Lula presidente, mas constituir maioria no Congresso Nacional.

Antônio Rogério Magri é presidente do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação Física do Estado de São Paulo e ex-ministro do Trabalho e da Previdência Social.

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