PUBLICADO EM 19 de jun de 2020
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Migrantes: os mais vulneráveis

Frente a crise do COVID19 os trabalhadores migrantes se veem em situação de maior vulnerabilidade e merecem, por essa razão, a atenção das autoridades públicas e a solidariedade de classe. Mulheres e crianças se encontram em condição ainda mais sensível.

Na América do Sul, as cadeias de produção da indústria da construção civil e da madeira incorporam um expressivo contingente de trabalhadores migrantes, oriundo de países como Haiti, Bolívia e Venezuela. Os principais países de destino nesse momento são: Argentina, Chile, Colômbia e Peru, tendo Equador e Brasil como países de trânsito.

Os trabalhadores migrantes buscam, em sua ampla maioria, um trabalho decente para o sustento dos familiares que os acompanham e aqueles que permaneceram em casa. As remessas de parte de seus rendimentos para esses últimos, representam parcelas importantes do PIB em países como Honduras, El Salvador, Guatemala, Nicarágua e até mesmo na Venezuela.

Os efeitos devastadores da pandemia do COVID19 sobre a saúde pública e a economia nacional, alcançam proporções ainda maiores sobre aquelas imensas parcelas da classe trabalhadora que buscam o sustento na economia informal e, dentro dessa, em especial, os estrangeiros migrantes ou refugiados por motivo de ameaça concreta à vida.

Para minimizar o sofrimento de milhões de pessoas nessa condição, os sindicatos florestais e madeireiros do Chile, da Argentina, do Peru, da Guatemala e do Uruguai, organizaram brigadas de solidariedade e ajuda humanitária, coletando alimentos e medicamentos para distribuir de forma ordenada e segura aos mais necessitados. No setores da construção civil e materiais de construção, o mesmo ocorreu na Argentina, Brasil, Guatemala, Colômbia, Haiti, Rep. Dominicana e Panamá.

A Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) contou com o apoio de organizações sindicais cooperantes de países industrializados, para conformar um fundo de solidariedade capaz de prover recursos para essa ajuda solidária sindical, reforçando a relevância e o papel dos sindicatos nos momentos de crise, desde o nível internacional até o local.

A solidariedade de classe não tem limites e ajuda a revelar a natureza desumana do capitalismo e o fracasso de sua vertente neoliberal. Fortalecer a dimensão social do sindicato mais além de seus limites corporativos é uma forma de enfrentar a crise sanitária e econômica e sair mais forte delas.

Nilton Freitas, especialista em Relações Internacionais, representante Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) na América Latina e Caribe.

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  • Irailson Warneaux

    Boa noite comandante,queremos contribuir ,por entender que essa Luta é de todos nós ,parabéns ,um abraço

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