PUBLICADO EM 30 de ago de 2022
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Trabalhadores da MWL ocupam fábrica para guardar maquinário e peças

Foto: Roosevelt Cássio

Cerca de 100 metalúrgicos da MWL ocuparam na manhã desta terça-feira (30) as instalações da fábrica, em Caçapava. Sem receber salários desde maio e com indícios de que os proprietários da empresa resolveram abandoná-los à própria sorte, os trabalhadores vão permanecer nas dependências da MWL por tempo indeterminado, em esquema de revezamento.

A vigília servirá para guardar máquinas e equipamentos. Após a venda, poderão ser utilizados para pagamento de salários atrasados e verbas trabalhistas, já que a falência da MWL pode ser decretada a qualquer momento. A iniciativa também foi motivada por uma série de denúncias de furtos dentro das dependências da unidade.

A situação na MWL, propriedade de empresários chineses, é crítica. Os trabalhadores, além de estarem sem pagamento há quase quatro meses, continuam vinculados formalmente à empresa e sem perspectivas de receber, no curto prazo, as verbas rescisórias.

“É um crime o que estes empresários estão fazendo. Mais do que nunca, precisamos da mobilização dos poderes públicos para resolver a situação dessas vítimas, metalúrgicas e metalúrgicos abandonados por uma ganância cruel”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.

Série de desrespeitos

Em julgamento no dia 13 de julho, o Tribunal Regional do Trabalho mandou a MWL pagar os salários e reintegrar os trabalhadores que haviam sido demitidos irregularmente (outra arbitrariedade da direção da fábrica). Apesar da determinação, nada foi feito.

A conduta da administração chinesa, que coleciona irregularidades e não investe na recuperação da empresa, está contribuindo para decretação da falência. O Sindicato quer apurar se essa conduta não caracteriza crime falimentar.

A MWL está em processo de recuperação judicial, homologado em maio na 1ª Vara Civil de Caçapava. Na época, a empresa já acumulava uma dívida milionária por atraso no pagamento de aluguel da área onde funciona a fábrica. De lá para cá, cresceu também a dívida trabalhista. Os funcionários estão há três meses sem receber salários.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

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