PUBLICADO EM 27 de out de 2021
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PNAD mostra recuo insuficiente na taxa de desemprego e diminuição recorde do rendimento dos trabalhadores

A taxa de desocupação recuou para 13,2% no trimestre encerrado em agosto, uma redução de 1,4 ponto percentual em relação ao trimestre até maio (14,6%). Apesar do recuo, isso ainda corresponde a 13,7 milhões de pessoas em busca de um trabalho no país. Além disso, parte significativa da recuperação da ocupação deve-se ao avanço da informalidade.

Comércio de rua em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A taxa de informalidade subiu de 40,0% no trimestre encerrado em maio para 41,1%, no trimestre encerrado em agosto, totalizando 37,0 milhões de pessoas. Houve também o aumento de 1,1 milhão de trabalhadores (4,2%) com carteira assinada no setor privado (31,0 milhões). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada hoje (27) pelo IBGE.

Rendimento diminuiu

Apesar do crescimento da população ocupada no trimestre até agosto, o rendimento médio real dos trabalhadores recuou 4,3% frente ao trimestre encerrado em maio e reduziu 10,2% em relação ao mesmo trimestre de 2020, ficando em R$ 2.489. Foram as maiores quedas percentuais da série histórica, em ambas as comparações. A massa de rendimento real, que é soma de todos os rendimentos dos trabalhadores, ficou estável, atingindo R$ 219,2 bilhões.

Subutilizados recuam, mas subocupados atingem recorde

O contingente de pessoas subutilizadas, aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial, foi de 31,1 milhões, uma redução de 5,5% em relação ao trimestre anterior. A taxa composta de subutilização recuou 1,9 ponto percentual para 27,4%.

Já os trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, aqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar, atingiu o número recorde de 7,7 milhões de pessoas, um aumento de 4,7%, com mais 343 mil pessoas. Em relação ao ano anterior, o indicador subiu 29,2%, quando havia no país 6,0 milhões de pessoas subocupadas.

Os desalentados (5,3 milhões), pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, tiveram uma redução de 6,4% no trimestre fechado em agosto, em relação ao trimestre encerrado em maio. Em relação ao mesmo período do ano passado, esse contingente teve uma redução de 8,7%, quando havia no país 5,9 milhões de pessoas desalentadas no Brasil.

Trabalho por conta própria e trabalho doméstico atingem recordes

O trabalho por conta própria manteve a trajetória de crescimento e atingiu, novamente, o patamar recorde de 25,4 milhões de pessoas, um aumento de 4,3%, com mais 1,0 milhão de pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o contingente avançou 3,9 milhões, alta de 18,1%.

O trabalho doméstico aumentou 9,9%, somando 5,5 milhões pessoas. Frente ao mesmo período do ano anterior, cresceu 21,2%, um adicional de 965 mil pessoas. As expansões trimestral e anual foram as maiores em toda em toda a série histórica da ocupação dos trabalhadores domésticos.

O número de empregados no setor privado sem carteira (10,8 milhões) cresceu 10,1% na comparação com o trimestre móvel anterior. Em um ano, esse contingente subiu 23,3% ou 2,0 milhões de pessoas, as maiores variações da série histórica, em termos percentuais e absolutos.

Já a categoria dos empregadores (3,8 milhões) ficou estável nas duas comparações. Os empregados do setor público (11,6 milhões) tiveram uma redução de 3,1% frente ao trimestre anterior. Na comparação anual, ficou estável.

Fonte: IBGE

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