PUBLICADO EM 29 de ago de 2020
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Canções de lésbicas assumidas para ajudar na visibilização de suas vidas

Por Marcos Aurélio Ruy

Neste sábado (29) é marcado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, por isso foram selecionadas seis  canções de cantoras e compositoras assumidamente lésbicas. Elas cantam as dificuldades que enfrentam num mundo dominado pelo machismo, mas também cantam a vontade de superar as barreiras do preconceito e levar a vida com dignidade.

Luana Flores

A primeira música é “Guerreira de Lança”, da paraibana Luana Flores. Ela traz um som mesclado de uma pessoa criada na cidade com a cultura do sertão, como diz em sua poesia. Mistura o som eletrônico com as músicas de raiz de seu estado, com forte influência do manguebeat.

“A minha provocação é essa, dar uma roupagem futurista às tradições orais do Nordeste, desde as benzedeiras até o aboio, e transportar nossas tradições para uma música no futuro”, disse ela em uma entrevista. Ela conseguiu com maestria.

“Eu sou mulher paraibana sapatão

Criada na cidade com a cultura do sertão

Desde Menina pelejando ser pra existir

Raízes firmes e fortes que não me deixam cair

Mulher guerreira, rendeira, peleja, bruxa, benzedeira

Filha de Ester Maria Otília Silva Sertaneja

É o feminino cangaço moendo milho pra comer

É a minha história que não pode se perder

 

Eu não vou mais recuar

Qualquer um é o meu lugar”

 

Guerreira de Lança (2019), de Luana Flores

Marcia Castro

Outra nordestina se destaca com sua arte voltada para a igualdade de direitos entre todas as pessoas. A compositora e cantora baiana Marcia Castro, radicada em São Paulo, mistura as raízes da cultura de seu estado com MPB e rock, principalmente. Vale prestar atenção ao seu trabalho.

“o que me move

é o que me falta

o que não mais espanta

é o que me mata

o que me assusta

é o que me alcança

o que me impede

de entrar

na dança”

 

O Que Me Move (2014), de Marcia Castro

Bel Baroni

A carioca Bel Baroni iniciou carreira na banda Mohandas e a partir de 2015 iniciou carreira solo. Tem um som marcante com poesias fortes para trilhar caminho próprio caminho na MPB, com pitadas de jazz, funk e outros sons nacionais.

“Eu pulava ou corria e na dúvida me pendurei

Talvez não tenha mais o tato, mas…

Mas tudo some mesmo

Banquete fake

 

No fundo do meu olho

No fundo da minha testa

Eu podia ser você “

 

Banquete Fake (2019), de Bel Baroni

Marina Lima

Desde 1977 na estrada como profissional, a carioca Marina Lima nunca saiu de cena. Com um talento como poucas, sua obra é marcada pela mistura de sons e a poesia voltada para questões sociais e existenciais.

“Mesmo que falte água no Estado

Eu vou achar de beber

Grãos, shots, ervas, o diabo

E nós vamos sobreviver

 

É só olhar

O que já construímos aqui

Na força, na fé e na luz”

 

Novas Famílias (2018), de Marina Lima

Tegan and Sara

Tegan and Sara é uma dupla pop canadense, composta por gêmeas, lésbicas assumidas. Estão na estrada desde 1999 cantando a necessidade de haver mais respeito e menos preconceito no mundo.

“Não, não estou pronta para um grande passo ruim na direção deles.

Não, eu não estou pronta para o lixo do centro, evitam a coleta.

Quatro quadras, corra e se esconda, não ande sozinha à noite.

Arquitetura da cidade, a cidade muda antes que morram.

Quatro quadras, devo mencionar em uma música

Se eu quero conviver com a mudança,

Quem não quer mudar isso?”

 

Hell (Inferno; 2009), de Tegan and Sara

 

Maria Gadú

A paulista Maria Gadú, radicada no Rio de Janeiro, é ativista na defesa dos direitos dos povos indígenas. Ela canta o que é preciso para melhorar a vida de todo mundo. Presença obrigatória para quem gosta de música de qualidade.

“Quanto tempo leva pra aprender

Que uma flor tem vida ao nascer

Essa flor brilhando à luz do sol

Pescador entre o mar e o anzol”

 

Shimbalaiê (2009), de Maria Gadú

 

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