PUBLICADO EM 28 de out de 2023
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Vidreiros aprovam pauta da Campanha Salarial no estado de SP

Vidreiros em campanha salarial no estado de São Paulo

Vidreiros em campanha salarial no estado de São Paulo

Os vidreiros e vidreiras no estado de São Paulo aprovaram, por unanimidade, a pauta de reinvindicações que será encaminhada à Fiesp, referente à Campanha Salarial da categoria. A assembleia geral ocorreu no domingo, dia 22 de outubro, na sede do Sindicato dos Vidreiros, no centro de São Paulo. O encontro também teve transmissão pelas redes sociais.

Nas pautas econômicas, a categoria pede aumento salarial com reposição integral da inflação (INPC acumulado de 12 meses) + 5% de aumento real. Também cobram o mesmo reajuste em benefícios de diárias, alimentação e demais auxílios.

Na mesa de negociação estarão pedidos de manutenção de 48 cláusulas já conquistadas pela categoria nos acordos coletivos dos últimos anos, e atualização e revisão de outras 16. Ainda serão negociadas seis novas cláusulas para benefício da categoria (leia abaixo).

Pauta unitária no Estado

A construção da pauta contou com grande participação dos trabalhadores e das trabalhadoras, pois a diretoria do Sindicato percorreu as principais fábricas do setor na capital, no interior e na Grande São Paulo, realizando assembleias itinerantes nos turnos de entrada dos vidreiros e vidreiras. Esse formato garantiu ampla participação da categoria nas discussões, além de mostrar transparência nas decisões tomadas pelo Sindicato.

Desde setembro, foram realizadas mais de 50 assembleias, em grande demonstração de força e união da categoria. O único local onde houve problemas foi na fábrica Nadir, em Suzano (SP), quando no dia 19 de outubro a própria empresa colocou seguranças para tentar impedir a assembleia, o que é proibido. A Constituição Federal garante a organização dos trabalhadores e o Brasil é signatário de diversos acordos internacionais que permitem aos sindicatos a realização de encontros para discutir direitos das categorias que representam.

Vidreiros em assembleia na porta de fábrica

Vidreiros em assembleia na porta de fábrica

Vidreiros manuais

Na Campanha Salarial deste ano, o Sindicato sentará novamente com os patrões das fábricas de vidro manuais, localizadas, em sua maioria, na região do Alto Tietê. Os donos dessas empresas se recusavam a participar das negociações e, com isso, os trabalhadores foram ficando de fora da Convenção Coletiva, acumulando prejuízos tanto nas condições de trabalho, que muitas vezes são precárias, como na redução de salários e direitos. Agora, haverá luta para que haja adequação e reorganização das diversas funções que compõem a produção do vidro manual/artesanal.

Sociais

Além das cláusulas econômicas, o Sindicato também irá negociar as chamadas cláusulas sociais, que são questões que buscam promover um melhor ambiente de trabalho.

Junto aos patrões será debatida a flexibilidade de entrada para empregados e empregadas que tenham filho, enteado ou pessoa sob sua guarda com até 6 anos de idade ou com deficiência; a ampliação da licença paternidade por um período de dois a cinco meses, de forma a garantir a promoção da igualdade e a divisão de tarefas entre pais e mães; a igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função, em acordo com a Lei 14.611/23, sancionada pelo presidente Lula; e a implementação pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (CIPA), de medidas de prevenção e combate ao assédio sexual e outras formas de violência no trabalho.

Outro ponto diz respeito ao desconto negocial de um valor acordado em assembleia com os trabalhadores e as trabalhadoras, inclusive dos não sócios. Esse desconto, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), irá fortalecer a luta que o Sindicato realiza para garantir um acordo coletivo forte, com ampliação dos direitos, uma vez que todos, associados ou não, são beneficiados com a Convenção Coletiva. O Sindicato irá assegurar o direito de oposição (de acordo com as regras estabelecidas e com base nos instrumentos legais).

Acessibilidade

Uma das novidades das assembleias deste ano diz respeito à inclusão. Pela primeira vez, o Sindicato passou a garantir intérprete de Libras nas fábricas onde havia trabalhadores com deficiência. O recurso foi usado nas empresas Wheaton e Nadir e na assembleia geral, na sede.

Leia também: Greve na GM São Caetano contra demissões arbitrárias continua

 

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