Foto: Adonis Guerra

A assembleia conjunta que reuniu os trabalhadores e trabalhadoras nas empresas Autometal, Metaltork e Movent, em Diadema, ocorreu na manhã de ontem, com aprovação da disposição para a fazer a luta que for necessária para buscar reajuste digno na Campanha Salarial.

Os dirigentes do Sindicato têm realizado conversas em diversas empresas da base para alertar a companheirada sobre a afronta das bancadas patronais que falaram em parcelar o INPC, proposta já rejeitada na mesa, e sobre a importância de mudar os rumos do país para melhorar a situação da classe trabalhadora.

O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, alertou que é hora de os patrões pararem de choradeira e darem o aumento devido. “Todo ano na Campanha Salarial é uma choradeira, os patrões criam uma dificuldade enorme. Se eles querem dividir nosso aumento, a gente divide a produção. Não é assim que eles querem nos tratar? Não cabe mais essa postura. Queremos INPC e aumento real por uma questão simples: quem produz a riqueza neste país somos nós”.

O secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira, ressaltou que é hora de unir forças. “A pergunta não é o que o Sindicato vai fazer, mas sim o que nós podemos fazer juntos para mudar essa realidade que está colocada. A realidade é que os patrões estão duvidando da nossa capacidade de luta, o que é um tremendo erro. Jamais o patronal deveria duvidar da capacidade de luta dos metalúrgicos e metalúrgicas do ABC”.

Pressão

A CSE na empresa Apis Delta, Andrea Ferreira Sousa, a Nega, convidada para a assembleia, lembrou a importância de reunir os trabalhadores no corredor. “Essa é uma assembleia tradicional, histórica, é um dos movimentos que fazemos quando queremos colocar pressão na Campanha Salarial. Isso porque a força do Sindicato não é apenas a diretoria, é cada um que está aqui, cada trabalhador e trabalhadora que vende sua mão de obra todos os dias. Temos a responsabilidade de fazer uma Campanha Salarial vitoriosa”.

Defesa dos direitos e do emprego

O coordenador da Regional Diadema, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua, lembrou quando foi falado que no Brasil os trabalhadores teriam que escolher entre ter empregos ou ter direitos.

“Muitas vezes o trabalhador se sujeita por não ter outra alternativa, mas o que defendemos é emprego de qualidade, com carteira assinada. Os encaminhamentos precisam ser urgentes em relação à Campanha Salarial. Essas três empresas têm papel importante junto ao Sindipeças para pedir uma proposta decente. Os patrões estão muito à vontade porque as condições dadas são favoráveis a eles”, declarou.

Movent

O CSE na empresa, Ananias Batista Alves Junior, o Juninho, destacou a inflação em alta. “Quando vocês vão ao mercado, vocês parcelam o pacote de arroz ou feijão? Não, né? Só que nosso aumento os patrões querem parcelar em duas vezes. Tudo isso está vinculado à política de destruição promovida por esse governo. É hora de ter consciência e estar firme na luta”.

Autometal

O coordenador de área da Regional Diadema, Gilberto da Rocha, o Amendoim, e CSE na Autometal, criticou o desmonte nas empresas que formam o corredor. “Se pararmos para pensar, o tamanho que era essa assembleia, vamos entender o que aconteceu nos últimos anos. Essa assembleia chegava até a portaria da Autometal, ano após ano estamos sendo vítimas desse sistema e das políticas que aí estão”.

Metaltork

“Apesar da esperança de mudança no país, ainda estamos desgovernados por alguém que odeia os trabalhadores e está totalmente a serviço dos patrões. Estamos em mais uma difícil negociação, porém com muito mais garra e disposição. Vamos ganhar essas duas batalhas: conquistar o nosso aumento e mudar esse governo”, reforçou o coordenador de área da Regional Diadema e CSE na fábrica, João Paulo Oliveira dos Santos.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC