PUBLICADO EM 29 de jan de 2020
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Sindicato pede condições de trabalho adequadas na ETA Guandu

Condições de trabalho em debate na ETA Guadu/Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Condições de trabalho em debate na ETA Guadu/Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e Região (Sintsama) realizou uma manifestação na manhã de hoje (28) para, entre outros motivos, pedir condições adequadas de trabalho na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu. Trabalhadores se reuniram em protesto em frente à sede a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), no centro do Rio.

Segundo a entidade, a companhia vem submetendo trabalhadores apenados da Fundação Santa Cabrini a condições inadequadas durante a aplicação de carvão ativado no tratamento de água. A substância vem sendo utilizada desde a semana passada para combater a presença de geosmina, problema que causou reclamações por ter deixado a água fornecida na região metropolitana do Rio de Janeiro com gosto e cheiro de terra.

Um vídeo que circulou nas redes sociais mostra um homem com uniforme da Cedae deitado enquanto um colega afirma que ele estava passando mal porque estava trabalhando em contato direto com o carvão. O presidente do Sintsama, Humberto Lemos, disse que a aplicação de carvão ativado deveria ocorrer de forma mecanizada, sem que os trabalhadores tivessem contato direto com a substância. Ainda segundo denúncias recebidas pelo sindicato, os trabalhadores não dispunham de equipamentos de proteção individual adequados, como máscaras e luvas.

“O carvão ativo é prejudicial à saúde. É muito poroso e solta uma fuligem muito forte. O trabalhador está em risco. É uma irresponsabilidade da Cedae começar o tratamento dessa forma”, afirma o presidente do sindicato, que acrescenta que os presos da fundação não têm qualificação adequada para serem empregados no trabalho. “Eles não recebem insalubridade e não podem fazer esse tipo serviço”.

Procurada pela Agência Brasil, a Cedae respondeu que a manipulação do carvão ativado não tem relação com o fato ocorrido. Segundo a companhia, os trabalhadores envolvidos na aplicação do carvão ativado estão utilizando o equipamento de proteção individual que é recomendado pela empresa que presta o serviço e está no local oferecendo treinamento para a operação.

De acordo com a Cedae, a agilidade que o momento exigia obrigou a companhia a encomendar o carvão ativado em sacos menores, que precisaram ser descarregados por empilhadeira com suporte manual. “A partir desta semana serão recebidas apenas as bags, que não exigem trabalho manual, sendo a operação 100% automatizada”, afirma a empresa, que explicou que as bags têm 500kg de volume cada.

A Fundação Santa Cabrini (FSC), por sua vez, afirma que apenas um dos 39 trabalhadores que atuam na Estação de Tratamento de Água do Guandu durante o cumprimento da pena passou mal. “O gerenciado passou mal em decorrência de uma debilidade de saúde adquirida anteriormente. Tanto que os demais trabalhadores não tiveram qualquer efeito colateral da atividade”, diz a nota, que conta ainda que o trabalhador foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento de Seropédica e liberado logo em seguida.

“No total, o contrato entre a Cedae e a FSC contempla 1000 postos de trabalho, o que classifica a Cedae como a maior contratante de mão de obra prisional. Esses gerenciados são auxiliares de serviços gerais e orientados pelo corpo técnico da companhia”.

Fonte: Agência Brasil

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