PUBLICADO EM 19 de jul de 2022
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Sindicato dos Jornalistas de MG é intimidado por ato contra a intolerância

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SPMG) repudia a presença da Polícia Militar dentro de sua sede. Ontem, durante um ato em defesa da democracia e pela vida e em homenagem às pessoas assassinadas em função da intolerância política e da radicalização por parte da extrema direita, que tem no presidente Jair Bolsonaro seu principal incentivador, a corporação enviou um policial fardado à sede da entidade para colher informações sobre o ato, realizado no interior da casa, e para acompanhá-lo sob a desculpa de garantir a “segurança” do evento em “tempos de polarização”.

De pronto, foi informado de que a presença da PM não era bem-vinda e que não houve, por parte de nenhuma das entidades promotoras do ato, pedido de segurança. O PM depois de fotografar o cartaz do ato e colher os dados da presidente do Sindicato, Alessandra Mello, se retirou. Mas na sequência, um homem descaracterizado, que o sindicato suspeita ser um P2 (policial do setor de inteligência que anda à paisana), passou a fotografar e filmar o ato do lado de fora. Abordado pelos participantes sobre os motivos da filmagem e se ele era PM, o homem alegou ser motorista de Uber. Além da PM, a Guarda Municipal apareceu sob alegação de ter recebido uma denúncia.

Essa não é a primeira vez que a PM aparece em atos na sede. A presença ostensiva da PM na porta da entidade é frequente, mas dentro da sede, foi a primeira vez. No ato de desagravo ao ambientalista Apolo Heringer, processado por tecer críticas a mineração, em maio, a PM acompanhou o ato estacionada na porta do sindicato com o giroflex ligado.

A realização de atos e manifestações políticas é um direito garantido pela Constituição Federal em seu artigo quinto e não há nenhuma necessidade de autorização ou licença prévia para que sejam realizados, principalmente dentro de locais privados, como a sede do Sindicato dos Jornalistas. A Carta Magna também garante o direito à liberdade de expressão e pensamento.

O SJPMG quer saber do comando da Polícia Militar e do governador Romeu Zema (Novo) se eles concordam com esse tipo de tentativa de intimidação.

Sindicato dos Jornalistas de São Paulo se solidariza com os companheiros de Minas Gerais

Nota de apoio ao Sindicato dos Jornalistas de Minas, contra intimidação da PM

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo se solidariza ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) e repudia a presença da Polícia Militar dentro da sede da entidade mineira, na noite do dia 14 de julho, durante o ato “Em Defesa da Vida e da Democracia”.

Junto ao SJPMG, o SJSP cobra esclarecimentos do comando da Polícia Militar e do governador Romeu Zema (Novo).

A atividade política, organizada por um conjunto de entidades sindicais e estudantis, prestava homenagem às pessoas assassinadas em função da intolerância política, identificando no presidente Jair Bolsonaro seu principal incentivador.

Segundo o SJPMG, a PM enviou um policial fardado à sede da entidade para colher informações sobre o ato, realizado no interior da casa, e para acompanhá-lo sob a desculpa de garantir a “segurança” do evento em “tempos de polarização”.

Reproduzimos, a seguir, trecho da nota do Sindicato de Minas, explicando o ocorrido: “De pronto, foi informado de que a presença da PM não era bem-vinda e que não houve, por parte de nenhuma das entidades promotoras do ato, pedido de segurança. O PM, depois de fotografar o cartaz do ato e colher os dados da presidente do Sindicato, Alessandra Mello, se retirou. Mas na sequência, um homem descaracterizado, que o sindicato suspeita ser um “P2” (policial do setor de inteligência que anda à paisana), passou a fotografar e filmar o ato do lado de fora. Abordado pelos participantes sobre os motivos da filmagem e se ele era PM, o homem alegou ser motorista de Uber. Além da PM, a Guarda Municipal apareceu sob alegação de ter recebido uma denúncia.

Essa não é a primeira vez que a PM aparece em atos na sede. A presença ostensiva da PM na porta da entidade é frequente, mas dentro da sede, foi a primeira vez.”

Também em São Paulo, policiais militares já invadiram, anteriormente, a sede do Sindicato dos Jornalistas. Foi em 2010, em um ato em defesa do Programa Nacional de Direitos Humanos (o qual buscava combater criminalização dos movimentos sindical e popular e defendia a abertura dos arquivos da ditadura militar) que os PMs invadiram o auditório Vladimir Herzog, dizendo estar cumprindo ordens de superiores e pedindo os nomes dos organizadores do evento.

Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais

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