PUBLICADO EM 03 de abr de 2024
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Secretário Geral do CMI visita UBS da ZS Paulistana

Visita de Diógenes Sandim Martins à UBS do Jardim Castro Alves revela condições de atendimento preocupantes. Conheça os detalhe

Secretário Geral do CMI visita UBS da Zona Sul PaulistanaO secretário geral do Conselho Municipal da Pessoa Idosa de São Paulo (CMI), Diógenes Sandim Martins, diretor do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos – Sindnapi, visitou a Unidade Básica de Saúde – UBS, do Jardim Castro Alves, no distrito do Socorro, na Zona Sul de São Paulo.

O objetivo é verificar as condições de atendimento à população da capital paulista.

“Atualmente o município possui cerca de 460 UBS para uma população de 12,5 milhões de pessoas”, lembra Sandim. “É um número de UBSs muito pequena para atender as pessoas.”

Como era de esperar, durante a visita, o secretário geral do CMI encontrou a UBS do Jardim Castro Alves, uma das com maior território de abrangência, com mais de 150 mil habitantes, “entupida de gente, acotovelando entre si, de forma insalubre e mal atendidos, muitos alterados emocionalmente queixando-se da falta de informações para suas necessidades”.

Sandim lembra que as UBSs são porta de entrada do SUS (Sistema Único de Saúde) para a população.

“Cada UBS tem um território demarcado cuja população tem essa Unidade como referência para consultas de saúde programadas. “Nesta Unidade de Saúde, além de ser de referência para a sua região, funciona também como AMA – Assistência Médica Ambulatorial – um tipo de UPA – Unidade de Pronto Atendimento, tem apenas seis equipes de Saúde da Família como referência para seis bairros da região”, afirma.

“O prédio da UBS, apesar de estar sediado em um espaço grande, é uma construção acanhada para toda aquela demanda diária e seu terreno livre estava coberto de matos, gramas altas e destroços, que nos lembra um terreno abandonado”.

O médico sanitarista lembra que a Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que cada unidade de atendimento da saúde pública deve cobrir no máximo 7.000 a 10.000 pessoas, para poder executar serviços eficientes.

“Sob este cálculo estimado a capital de São Paulo deveria ter, no mínimo, 1.250 UBSs”.

A diretora da unidade, a enfermeira Caroline Aparecida, e sua equipe técnica, de acordo com Sandim, reclamou da falta espaço e recursos para atender a população da região.

“No mínimo falta, para aquele mesmo tamanho populacional a ser atendido, mais 10 (dez) UBSs na região que já ultrapassa 150 mil habitantes”, disse Sandim.

“Quanto ao Programa de Acompanhamento da Pessoa Idosa – PAI -, uma modalidade de cuidado domiciliar biopsicosocial a pessoas idosas com vulnerabilidade social, verificamos existir também apenas uma equipe para 43 UBSs das duas subprefeituras. Para essa demanda extremamente reprimida esses poucos equipamentos não são suficientes”.

Para o atendimento de referência aos Idosos com a saúde mais comprometida – URSI – (Unidade de Referência à Saúde da Pessoa Idosa) existe apenas uma Unidade para as subprefeituras da Capela do Socorro e de Paralheiros.

Quanto a Avaliação Multidimensional à Pessoa Idosa – AMPI – a UBS do Jardim Castro Alves alcança apenas 10% de idosos usuários, não conseguindo portanto cumprir a meta de 40% dos idosos usuários da Unidade, agora imagina quantos idosos ficam de fora da AMPI ao saber que no território de referência, tem no mínimo 27 mil idosos ( _mais ou menos 15% da população de 150 mil habitantes )

Sugestões feitas à equipe técnica da UBS Jardim Castro Alves:

  1. Estabelecer aproximação com as entidades da sociedade civil para buscar apoio político para as reivindicações necessárias para minorar os sofrimentos tanto para a equipe de funcionários como, e muito mais, para a população de usuários;
  2. Junto com o Conselho Gestor da UBS buscar alcançar a construção de uma UBS para cada 10.000 habitantes de acordo a recomendação da ONU;
  3. Exigir limpeza sistemática do terreno, em volta da UBS, para que fique permanentemente limpo;
  4. Para mitigar as dificuldades de informações aos usuários nas áreas comuns da unidade, colocar fora do balcão um funcionário “que goste de gente ” e bem informado, para conversar com as pessoas, tirar suas dúvidas e acelerar atendimento para quem mais precisa;
  5. Calcular 15% (percentagem prevista de idosos 60+ em uma população qualquer) sobre a população do território de referência da UBS e prospectar pelo menos dois terços dessa população idosa para ser submetida à Avaliação Multimensional da Pessoa Idosa (AMPI) em dias específicos na UBS;
  6. Junto ao Conselho Gestor da Unidade e os Fóruns dos Idosos da região Capela do Socorro e Parelheiros estabelecer discussões com a intenção de reivindicar e criar novos equipamentos de saúde em conformidade com a política instituída para Atenção Integral a Saúde do Idoso no município de São Paulo.

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