PUBLICADO EM 09 de jul de 2023
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Raul Seixas canta: Metamorfose ambulante; música

A transformação sugerida pela ideia de metamorfose não é boa ou má em si. Em 1915 o escritor checo Franz Kafka criou uma ideia assustadora de metamorfose. O mundo vivia, naquele momento, uma transformação radical imposta pela Revolução Industrial.

O trabalhador passara a viver fechado nas fábricas e seu tempo passara a ser medido pelo tempo da produção. Kafka imaginou, então, esse trabalhador oprimido, explorado e sem perspectivas, metamorfosear-se em uma barata. Ele criou, desta forma, um forte conceito sobre a metamorfose no mundo moderno.

Quase sessenta anos e muita história depois, o músico baiano Raul Seixas cobriu a ideia da metamorfose com uma inspiração positiva. O contexto de Raul Seixas, vale dizer, já era o daquele ambiente industrial de Kafka, consolidado e azeitado pelas guerras que moldaram o século 20. Contexto que seguiu promovendo mudanças não apenas na produção, mas também nos costumes.

Em 1973, ano em que Metamorfose Ambulante foi lançada, a chamada revolução dos costumes ainda vivida sua era de ouro. A quebra dos padrões sociais que imperou até a década de 1950 deu o tom deste processo traduzido na música de Raul como um movimento em constante mudança. Desta forma, a música pode ser entendida com um hino da contracultura e da busca por liberdade individual.

Metamorfose ambulante
(Composição: Raul Seixas/1973)
Intérprete: Raul Seixas

Prefiro ser essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar a um objetivo num instante
Eu quero viver nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

Eu vou lhes dizer aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha, velha, velha, velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha, velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha, velha, velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo

Fonte: Centro de Memória Sindical

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