
O Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) do Brasil cresceu 12,8% entre 2008 e 2018. Foto: Wilson Dias/EBC
Hoje, em 23 de junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma atualização dos indicadores que mensuram a qualidade de vida da população brasileira. Esses dois índices foram inicialmente divulgados em 2021, com base nos dados mais recentes da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada entre 2017 e 2018. Agora, os cálculos foram expandidos para incluir informações da edição anterior da pesquisa, realizada entre 2008 e 2009.
O Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) avalia o progresso socioeconômico com base na renda, enquanto o Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV) identifica as privações que as pessoas enfrentam. As perdas, medidas pelo IPQV, são os efeitos das dificuldades que as famílias encontram ao transformar seus recursos e aquisições de bens e serviços em qualidade de vida.
“Com base nos indicadores de cada dimensão, é possível calcular a perda que cada pessoa tem em sua qualidade de vida, como ter um lazer considerado ruim ou passar muito tempo no transporte”, explica Leonardo Oliveira, analista da pesquisa. A partir desses cálculos e do somatório dos elementos, é estimada a função de perda de cada pessoa.
No IDS, a Educação e o Acesso aos serviços financeiros e padrão de vida foram os aspectos que tiveram os maiores impactos. É possível analisar como cada área da qualidade de vida (Moradia, Serviços de utilidade pública, Saúde e alimentação, Educação, Acesso aos serviços financeiros e padrão de vida, Transporte e lazer) influencia o resultado do IDS observando suas contribuições para os efeitos marginais acumulados. O efeito marginal mede a importância de cada dimensão. Assim, nas áreas com maiores contribuições, as perdas de qualidade têm um impacto mais negativo no IDS.
Em 2017-2018, a Educação e o Acesso aos serviços financeiros e padrão de vida foram as categorias mais importantes na composição dos efeitos marginais no Brasil, representando cerca de 19%. A Moradia contribuiu com 16,1%, enquanto o Acesso aos serviços de utilidade pública e a Saúde e alimentação representaram 14% do total dos efeitos marginais observados no resultado do IDS.
“Quando há um equilíbrio maior na contribuição de cada dimensão, o bem-estar da sociedade ocorre de maneira mais balanceada. Todas as dimensões apresentaram percentuais significativos, o que demonstra a necessidade de ações estratégicas integradas e planejadas em diferentes áreas para combater as perdas na qualidade de vida”, avalia Oliveira.
No estado do Maranhão, que teve o menor IDS em 2017-2018, a maior contribuição veio do Acesso aos serviços financeiros e padrão de vida (19,1%), enquanto o Transporte e lazer teve a menor contribuição (14,4%).
Já no Distrito Federal, que teve o maior IDS entre as unidades federativas, a dimensão Transporte e lazer registrou a maior contribuição para os efeitos marginais totais, com 22,3%. A Saúde e alimentação também merecem destaque, pois sua contribuição de 17,8% foi a maior nessa dimensão entre os estados.
“Outro aspecto interessante sobre o Distrito Federal é que não foram observadas grandes diferenças entre os impactos das outras dimensões no resultado do IDS. Portanto, o maior IDS do Brasil é construído a partir de um equilíbrio entre as várias dimensões que compõem a qualidade de vida da população”, conclui Oliveira.
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