PUBLICADO EM 11 de out de 2017
COMPARTILHAR COM:

Embrapa: 84,3% dos brasileiros vivem em menos de 1% do território nacional

De acordo com a Embrapa, o estudo levou três anos para ser concluído e exigiu a observação minuciosa de centenas de imagens de satélite. Todas as informações produzidas estão disponíveis para serem baixadas gratuitamente na internet, no site da Embrapa.

Com mais de 16 mil habitantes por quilômetro quadrado, o município de Nilópolis (RJ) é a cidade com a maior taxa de densidade demográfica urbana do país, conforme estudo sobre a identificação de áreas urbanas do Brasil divulgado hoje (10) pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). De acordo com o levantamento, executado pela Embrapa Gestão Territorial, o município localizado na baixada fluminense, abriga seus 158.309 habitantes em uma faixa territorial urbana de aproximada de 10 quilômetros quadrados.

Segundo o estudo Identificação, Mapeamento e Quantificação das Áreas Urbanas do Brasil, 190,7 milhões de pessoas, ou 84,3% da população brasileira, vivem em menos de 1% do território nacional (0,63%). Entre as unidades federativas, o estado de Alagoas é o que tem a maior densidade demográfica urbana, com 4.880 pessoas por quilômetro quadrado. Já o Tocantins tem a menor, cujas áreas urbanas abrigam, em média, 1.538 habitantes por quilômetro quadrado.

De acordo com a Embrapa, o estudo levou três anos para ser concluído e exigiu a observação minuciosa de centenas de imagens de satélite. Todas as informações produzidas estão disponíveis para serem baixadas gratuitamente na internet, no site da Embrapa.

Para o geógrafo André Rodrigo Farias, analista da Embrapa e principal autor do trabalho, a pesquisa pode subsidiar políticas públicas, estudos demográficos, projetos de desenvolvimento urbano e investimentos em infraestrutura e logística. “Os municípios com maior densidade populacional nas cidades, por exemplo, costumam apresentar maiores desafios para a gestão pública e exigir mais demandas e serviços públicos”, disse Farias em comunicado divulgado pela Embrapa.

O trabalho exigiu a observação criteriosa das imagens de satélite de todos os municípios brasileiros. “O trabalho da equipe foi, inicialmente, o de comparar a área urbana delimitada no censo de 2010 com a observada nas imagens. Quando havia discrepância, o técnico realizava ajuste cartográfico delimitando manualmente a área urbana observada na imagem. Foi utilizada a escala 1:50.000 para cada um dos municípios o que garante elevada exatidão para o processo. A resolução maior proporcionada pelas tecnologias atuais também garantiu mais exatidão ao estudo, em comparação a trabalhos semelhantes feitos anteriormente”, diz nota da Embrapa.

Ao todo, somadas todas as áreas de todos os polígonos urbanos do Brasil, totalizou-se 54.077 quilômetros quadrados, o que correspondente a 0,63% de todo o território brasileiro.

Conceito

Para Farias, um dos maiores desafios da equipe foi conceituar área urbana e área rural, já que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utiliza a delimitação legal que cada município determina para estabelecer cada tipo de região.

“Nessa classificação, é muito comum áreas tipicamente urbanas com grande densidade de construções serem catalogadas como rurais e vice-versa. Nesse estudo, o objetivo era mapear as áreas urbanas da forma mais exata possível por meio de imagens de satélite de alta resolução, reconhecendo, para isso, concentrações visíveis de edificações, loteamentos e arruamentos”, explicou Farias.

De acordo com a Embrapa, devido à velocidade da dinâmica de ocupação do solo no país, o estudo precisará de atualização a cada dez anos.

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS