
Orquestra Criança Cidadão, Recife. Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR
Vinícius Botelho (Jornal da USP)
“As práticas artísticas são fundamentais, principalmente para quem tem comportamentos antissociais e criminalizados, por causa do conceito de sublimação”, diz o professor, adiantando que esse conceito explica a transformação de impulsos psicológicos em atividades e tarefas. Além desse benefício, Kodato cita os efeitos terapêuticos da prática artística, “atuando na diminuição da ansiedade, do estresse e no desenvolvimento da criatividade”, e a classifica como fundamental para o sucesso intelectual e pessoal dos jovens.
Contudo, Kodato diz que no Brasil a prática artística não só é renegada como também é desvalorizada. “No cenário brasileiro, a prática artística é substituída por um comportamento deseducativo, violento, competitivo e agressivo”, salienta.
Arte deve ser estimulada desde o berçário
Avalia o professor Kodato que a falta de incentivo à arte, como acontece no Brasil, é refletida no crescimento profissional dos adolescentes. “Um jovem educado com arte tem muito mais condições de ter sucesso na vida”, argumenta, evocando os benefícios sociais e psicológicos desenvolvidos pela prática. E a criatividade construída com a arte é classificada por Kodato como arma na criação de novas soluções para problemas antigos.
Entre as razões para a falta de incentivo à arte, Kodato destaca a carência de hábitos culturais das famílias e escolas, instituições em que as atividades artísticas deveriam ser “revestidas com caráter de importância e sagrado, estimulando os jovens”. O professor insiste em que a adoção de atividades artísticas desde o berçário, com educação musical e artes em geral, contribui para dar sentido à existência, diminuindo a violência e aumentando o conhecimento do próprio potencial dos jovens.
Fonte: Jornal da USP