PUBLICADO EM 15 de dez de 2020
COMPARTILHAR COM:

Piso regional do Rio: trabalhadores pedem reajuste de 4,10%, mas patrões não aceitam

De acordo com trabalhadores, reajuste pode aumentar o poder de compra das pessoas, incentivar o consumo e, assim, estimular a economia

O piso regional não foi reajustado pelo governo estadual do Rio em 2020O piso regional não foi reajustado pelo governo estadual do Rio em 2020 – Foto: reprodução

A bancada dos trabalhadores do Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Geração de Renda do Rio de Janeiro (Ceterj), responsável pelo início das discussões anuais sobre o piso regional no Estado do Rio, quer um aumento de 4,10% sobre os valores dos pisos salariais de 2020, a fim de aumentar o poder de compra das pessoas, incentivar o consumo e, assim, estimular a economia. A data-base para aplicar a correção seria janeiro de 2021. Os patrões, no entanto, não concordam.

Extra oferta Casa Própria

A bancada patronal alega que as finanças do Rio de Janeiro estão em colapso, e que a economia do estado foi uma das que menos cresceram no país desde 2017, perdendo 324.770 vagas formais. Também afirma que a recuperação do impacto da pandemia tem sido lenta: dos 180 mil postos de trabalho perdidos no período, menos de 5% foram recuperados.

Os empregadores ainda argumentam que o menor piso regional utilizado no Estado do Rio de Janeiro está bem acima do salário mínimo nacional (R$ 1.045). Por isso, defendem que os salários não sofram alterações até, pelo menos, o fim do estado de calamidade pública.

Nesta quarta-feira (dia 16), será realizada uma nova audiência pública para tratar o tema. A deputada Mônica Francisco, presidente da Comissão de Trabalho na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), explica que o piso vigente atual é o de 2019, já que em 2020 o governador Wilson Witzel não enviou nenhuma proposta para ser apreciada pela Casa.

— Quem vê os preços do mercado percebe que o piso atual está extremamente defasado. Isso tem impacto nas categorias de trabalhadores da base, como merendeiras, empregadas domésticas e ascensoristas, que tiveram uma perda profunda no poder de compra — opina Mônica: — O que estamos discutindo não é um aumento, mas sim uma correção nos salários. Mas até agora, em 2020, nem Witzel nem Cláudio Castro enviaram uma proposta.

O fundador da empresa Doméstica Legal, Mario Avelino, afirma acreditar que o piso não terá reajuste:

— O governo é um dos principais interessados em não favorecer o aumento no piso porque, dentre as categorias impactadas, estão trabalhadores de empresas que são terceirizadas para o Estado, por exemplo na área de limpeza. Dessa forma, (o governo) reduz a despesa, porque também contrata. Vamos torcer para que o bom senso prevaleça. Estamos orientando os empregadores domésticos a aplicarem o reajuste do salário mínimo, porque é injusto o trabalhador ficar dois anos sem aumento.

A Casa Civil do Estado do Rio informou que o piso salarial de 2021 será tratado somente a partir do início do próximo ano.

Fonte: Jornal Extra

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS