PUBLICADO EM 13 de fev de 2018
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Ouça o samba enredo da Tuiuti, escola que expôs na Sapucaí a denúncia contra a reforma trabalhista

O samba enredo da Tuiuti, a escola que expôs na passarela a denúncia contra a reforma trabalhista – que tira direitos dos trabalhadores, às mazelas da escravidão. A crítica certeira, simples e direta deixa claro que, com essa reforma, além de medidas impopulares como o afrouxamento da fiscalização do trabalho escravo, o povo trabalhador, como “Pobre artigo de mercado”, irá retroceder àquele passado sombrio.

Ouça, na voz de Grazzi Brasil, a versão acústica do samba enredo:

Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?

Irmão de olho claro ou da Guiné

Qual será o valor?

Pobre artigo de mercado

Senhor eu não tenho a sua fé, e nem tenho a sua cor

Tenho sangue avermelhado

O mesmo que escorre da ferida

Mostra que a vida se lamenta por nós dois

Mas falta em seu peito um coração

Ao me dar escravidão e um prato de feijão com arroz

Eu fui mandinga, cambinda, haussá

Fui um rei egbá preso na corrente

Sofri nos braços de um capataz

Morri nos canaviais onde se planta gente

Ê calunga!

Ê ê calunga!

Preto Velho me contou,  Preto Velho me contou

Onde mora a senhora liberdade

Não tem ferro, nem feitor

Amparo do rosário ao negro Benedito

Um grito feito pele de tambor

Deu no noticiário, com lágrimas escrito

Um rito, uma luta, um homem de cor

E assim, quando a lei foi assinada

Uma lua atordoada assistiu fogos no céu

Áurea feito o ouro da bandeira

Fui rezar na cachoeira contra bondade cruel

Meu Deus! Meu Deus!

Se eu chorar não leve a mal

Pela luz do candeeiro

Liberte o cativeiro social

Não sou escravo de nenhum senhor

Meu Paraíso é meu bastião

Meu Tuiuti o quilombo da favela

É sentinela da libertação

Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?

Irmão de olho claro ou da Guiné

Qual será o valor?

Pobre artigo de mercado

Senhor eu não tenho a sua fé, e nem tenho a sua cor

Tenho sangue avermelhado

O mesmo que escorre da ferida

Mostra que a vida se lamenta por nós dois

Mas falta em seu peito um coração

Ao me dar escravidão e um prato de feijão com arroz

Eu fui mandinga, cambinda, haussá

Fui um rei egbá preso na corrente

Sofri nos braços de um capataz

Morri nos canaviais onde se planta gente

Ê calunga!

Ê ê calunga!

Preto Velho me contou,  Preto Velho me contou

Onde mora a senhora liberdade

Não tem ferro, nem feitor

Amparo do rosário ao negro Benedito

Um grito feito pele de tambor

Deu no noticiário, com lágrimas escrito

Um rito, uma luta, um homem de cor

E assim, quando a lei foi assinada

Uma lua atordoada assistiu fogos no céu

Áurea feito o ouro da bandeira

Fui rezar na cachoeira contra bondade cruel

Meu Deus! Meu Deus!

Se eu chorar não leve a mal

Pela luz do candeeiro

Liberte o cativeiro social

Não sou escravo de nenhum senhor

Meu Paraíso é meu bastião

Meu Tuiuti o quilombo da favela

É sentinela da libertação

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  • Renato Ilha

    Enfim, uma escola de samba assume a condição de academia popular e expressa o desconforto da população diante de tanta contrariedade. O país é governado por políticos da pior categoria e serve aos interesses do grande capital e sistema financeiro. Parabéns aos sambistas da escola e ao carnavalesco, que conseguiram, de maneira satirica, como é próprio do brasileiro, criticar os entreguistas do Governo Temer.

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