PUBLICADO EM 12 de jul de 2021
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Número de pessoas em trabalho remoto aumentou 10 vezes na América Latina

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma das consequências da pandemia da Covid-19 foi a maior frequência do teletrabalho ou home office em todo o mundo.

Com a crise global de saúde, muitas empresas puderam manter a produtividade evitando demissões em massa de seus funcionários que passaram a trabalhar a distância.

Tendências
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT, sugere que antes da pandemia, a quantidade de pessoas nessa situação era inferior a 3% da mão-de-obra na América Latina e no Caribe, por exemplo.

Mas com após a Covid, a taxa está entre 20% e 30%. No segundo semestre do ano passado, cerca de 23 milhões de pessoas na região estavam fazendo home office.

O diretor do Escritório Regional da OIT na América Latina e Caribe, Vinícius Pinheiro, diz que a crise acelerou algumas tendências nos mercados de trabalho, dando uma impressão que o futuro do emprego chegou antes do esperado.

Para ele, o teletrabalho chegou para ficar e aliviar os impactos negativos da pandemia preservando milhões de empregos.

A diferença é que após a crise, essa será uma opção de empregados e empregadores que já provaram a eficiência do modelo.

Forma exclusiva
Pinheiro alerta, no entanto, que os países e as empresas precisam agora se preparar para esta nova fase, ou a uma forma híbrida de produção, que combine o trabalho presencial com aquele a distância.

Antes da pandemia, muitas pessoas que faziam home office eram trabalhadores autônomos, mas com o confinamento essa ficou sendo a única forma exclusiva de produção.

Mas para a OIT, essa modalidade foi mais comum para pessoas com empregos estáveis, profissionais da área administrativa e com acesso à tecnologia para realizar as tarefas.

Essa situação é bem diferente quando o tema são os trabalhadores menos qualificados, informais e que recebem baixos salários que não tiveram a mesma sorte.

Oportunidade
Antes da crise, o trabalho remoto era visto como uma oportunidade de se obter maior equilíbrio entre a vida familiar e a vida profissional, mas com a pandemia, surgiu uma outra pressão sobre os empregados: os cuidados com a família e com o gerenciamento do lar.

A OIT afirma que esse fardo foi maior para as mulheres.

Para a agência da ONU, existem algumas medidas para melhor prosseguir com o teletrabalho como o princípio da voluntariedade e acordo entre funcionários e empregadores, a organização e tempo do trabalho a partir de casa, para que as pessoas tenham tempo de se dedicar aos seus afazeres domésticos, segurança e saúde no trabalho, equipamento adequado, proteção do direito à privacidade dos empregados, papel dos atores sociais, dimensões de gênero e teletrabalho e a relação trabalhista e o cumprimento da legislação.

A OIT afirma que para abordar esses temas é fundamental promover o diálogo entre governos, empregadores e trabalhadores,

A agência da ONU lembra que é preciso aprender as lições geradas pela pandemia e utilizar os dados e estatísticas para traçar o caminho do futuro do teletrabalho na América Latina e Caribe.

Fonte: ONU News

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