PUBLICADO EM 25 de jul de 2020
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Metrô de SP corta salário e categoria ameaça parar na terça feira

Companhia anunciou que não vai pagar parte das remunerações este mês; houve queda de 65% de passageiros na pandemia. Até agora não houve acordo de campanha salarial. Data base é 1º de maio.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O Metrô de São Paulo decidiu não pagar parte do salário dos metroviários neste mês por causa de uma crise de caixa que se arrasta desde o começo da pandemia do coronavírus. Como reação, os funcionários da empresa decidiram marcar uma greve para a próxima terça-feira, caso não haja um acordo sobre pagamento até a véspera.

A Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos vem tentado há dois meses um aporte para a operação da empresa, mas até ontem não havia obtido auxílio da Secretaria Estadual do Planejamento. Ambos os órgãos estão sob responsabilidade da gestão João Doria (PSDB). O Metrô já renegociou contrato de energia, que move os trens, a maior conta da empresa e avalia até ter de reduzir contratos de limpeza, item essencial durante a crise, segundo o Estadão apurou. Escadas rolantes devem ser desligadas e banheiros públicos – onde os passageiros podem lavar as mãos – podem ser fechados.

Entre janeiro e junho, o Metrô teve redução de R$ 730 milhões em sua receita. Em 2019, neste período, as entradas haviam sido de R$ 1,54 bilhão. Em 2020, com uma queda de 65% no número de passageiros, a receita foi de R$ 812 milhões, segundo dados do Portal da Transparência. No momento, a operação acumula um prejuízo superior a R$ 365 milhões.

A decisão sobre o corte de salário foi informada aos funcionários na noite de quinta-feira, por uma mensagem enviada pelo e-mail corporativo. O texto afirma que “o salário do mês de julho será processado no dia 31 de julho com redução de 10%”. A diferença será paga, diz o texto, “tão logo haja receita”, sem fixar uma data.

Wagner Fajardo

Wagner Fajardo, Coordenador Geral do Sindicato dos Metroviários de SP afirmou que “O governo do Estado e a direção do Metrô, são os responsáveis pela greve, pois além de retirar direitos dos metroviários, ainda ameaçam reduzir os salários neste mês de julho. Tudo isso, sem nenhum diálogo com os trabalhadores e o Sindicato.

Os metroviários são a única categoria do funcionalismo paulista que terá atraso salarial. A categoria vinha em uma negociação trabalhista por melhorias, pois está ainda em campanha salarial mas, até agora, o Metrô havia evitado a greve. Com o atraso de pagamento, os metroviários fizeram assembleia ontem e decidiram pela paralisação.

A empresa não recebe auxílio direto do governo porque, formalmente, não é uma estatal. É uma empresa de economia mista que faz parte da administração indireta.

Negociação

Segundo o sindicato da categoria, haverá audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) marcada para  segunda feira, dia 27/07. O sindicato lembra ainda que a data base da categoria é 1º de maio, e até agora os metroviários seguem sem  assinatura de acordo com a companhia.

Fonte: Com O Estado de São Paulo.

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