PUBLICADO EM 07 de out de 2022
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Metalúrgicos do ABC aprovam proposta de 9% negociada

Negociação foi fechada com o Grupo 3 e prevê também a renovação da CCT até 2024

Foto: Adonis Guerra

Em Assembleia Geral de Campanha Salarial, na noite de ontem, na Regional Diadema, os metalúrgicos do ABC aprovaram a proposta negociada com a bancada patronal do G3(Sindipeças, Sindiforja e Sinpa) de 9% de reajuste e renovação das cláusulas sociais até 2024. Este ano o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) fechou em 8,83%. O reajuste aprovado é retroativo a 1º setembro.

Os demais grupos não avançaram nas propostas. A categoria definiu que o índice aprovado em assembleia é parâmetro para os demais grupos. Os sindicatos patronais que não apresentarem novo reajuste até amanhã receberão aviso de greve da FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT).

O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, relembrou o processo de mobilização nas fábricas durante toda a Campanha Salarial.

“É preciso fazer um resgate desse processo de negociação. Foram feitas dezenas de assembleias na base. Nossa conversa não se faz só na assembleia, mas no dia a dia das fábricas com os Comitês Sindicais. A princípio a proposta era de parcelamento e de antemão já reprovamos porque a inflação já tinha corroído nossos salários. É lógico que queríamos que fosse muito acima disso, mas depois de tanta negociação foi o reajuste possível diante dessa situação difícil em que o país se encontra”.

O secretário-geral da Federação, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, o Max, destacou o tema da campanha “Juntos pela Reconstrução dos Direitos, dos Salários, da Democracia e do País” e parabenizou a mobilização dos companheiros e companheiras nas empresas.

“Não foi possível avançar em todos os grupos patronais, mas com a mobilização que vocês demonstraram, conseguimos derrubar todas as propostas de parcelamento de INPC, esse foi um avanço muito importante nesse processo conjunto. A negociação também garantiu a renovação de todas as cláusulas sociais que estavam ameaças pelos patrões, como a garantia de emprego ao acidentado”.

Luta das mulheres

A coordenadora da Comissão das Metalúrgicas do ABC, Maria do Amparo Ramos, reforçou a importância das cláusulas sociais para as mulheres.

“Muitas mulheres aqui que são mães e chefes de família sabem como é importante a Convenção Coletiva de Trabalho que garante direitos como licença maternidade de 180 dias e auxílio creche. Vejo a Convenção como uma ilha cheia de jacarés em volta querendo comer nossos direitos. Precisamos sempre lutar por ela”.

Nenhum passo atrás

O coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, ressaltou a importância da mobilização. “Mostramos por meio da nossa mobilização que não vamos aceitar parcelamento do INPC, também deixamos claro que não vamos dar passo atrás e perder nenhum direito garantido pela CCT”.

O coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, falou sobre a força da Federação e dos trabalhadores diante das afrontas do patronal. “Muitas vezes tivemos que ouvir dos patrões em forma de cinismo que o INPC tinha que ser parcelado. Foi isso que nossa Federação encontrou diante dos grupos patronais, mas tivemos sabedoria para encarar e combater esse cinismo”.

Para o coordenador da Regional Diadema, Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua, a unidade foi fundamental. “Se tem proposta, é porque os trabalhadores mostraram como estavam indignados. Estamos vivendo no Brasil um momento muito difícil para o povo, mas a FEM/CUT, junto com os trabalhadores, fez um esforço para conseguir algo que pudesse ser apresentado”, concluiu.

Na assembleia os trabalhadores também aprovaram a contribuição negocial.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

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