PUBLICADO EM 29 de jan de 2019
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Funcionários fazem ato em frente à GM e rejeitam propostas da empresa

Em assembleia, trabalhadores rejeitaram as 21 medidas apresentadas pela montadora, como diminuição do piso salarial e aumento da jornada de trabalho de 44 horas semanais

Foto: Arquivo

Funcionários da General Motors (GM) realizaram protesto em frente à sede da empresa em Gravataí, na manhã desta terça-feira (29). Desde as 5h30min, os manifestantes se concentraram na RS-030, no portão da fábrica, com caminhões de som.

Uma assembleia foi realizada com trabalhadores que chegavam para o primeiro turno e com os que saíam do terceiro. Foram colocadas em votação e rejeitadas as 21 medidas divulgadas pela montadora para reduzir custos.

Entre elas, estão o corte de cerca de 17% no piso salarial, para R$ 1,3 mil, que seria voltado a novos contratos, jornada de trabalho de 44 horas semanais e revisão no programa de participação de resultados (leia mais abaixo).

Conforme o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Noeldi Leal Trindade, o Nando, não estão descartadas novas mobilizações.

— Fizemos pela manhã um “trancaço” no portão de entrada. Vamos conversar com os trabalhadores do turno da tarde e não descartamos outras ações semelhantes — disse.

Por volta das 7h, os portões foram liberados e os funcionários iniciaram o trabalho. Dois diretores do sindicato vão se reunir com diretores da GM em São Caetano em Sul, em São Paulo.

O impasse sobre o futuro da operação da multinacional cresceu após a divulgação de um comunicado endereçado aos funcionários. No texto, a companhia sinalizou que o futuro da empresa no país dependeria da volta do lucro à operação brasileira.

— Eles colocaram (o comunicado) e o pessoal ficou muito preocupado já. Porque a gente depende dessa firma para trabalhar. Cada funcionário aqui dentro é pai de família, mas a gente não pode ser escravo né, de uma firma que quer empurrar uma coisa goela a baixo do peão — diz um dos funcionários, que está há 15 anos na empresa.

As propostas
Sem dar mais detalhes, a GM listou 21 medidas endereçadas aos funcionários da unidade em Gravataí. Abaixo, confira as principais:

Redução de cerca de 17% no piso salarial, que seria voltada aos novos contratos, para R$ 1,3 mil – o atual é de R$ 1.573, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí.

Jornada de trabalho de 44 horas semanais para novas contratações – hoje, é de 40 horas, aponta a entidade que representa os trabalhadores.

Revisão no programa de participação de resultados (PPR) – zero no primeiro ano, 50% em 2020 e 100% em 2021.
Suspensão da contribuição da GM por 12 meses para previdência e alteração no plano médico dos funcionários.
Implementação do trabalho intermitente por acordo individual e coletivo e jornada especial de trabalho de 12 por 36 horas.

A companhia em Gravataí
A chegada da empresa à região metropolitana de Porto Alegre foi anunciada em 1997.

A planta gaúcha integra as operações da GM Mercosul, que tem outras duas no Brasil, em São Caetano do Sul e São José dos Campos, ambas em São Paulo. A empresa ainda opera uma unidade em Rosário, na Argentina.

Hoje, a fábrica de Gravataí emprega cerca de 3 mil funcionários diretos, além de outros 3 mil em sistemistas, estima o sindicato dos metalúrgicos do município.

No local, são produzidos dois modelos de carros: o Prisma e o Onix, o mais vendido do Brasil.

A GM tem em andamento projeto que prevê investimento de 13 bilhões no país até 2020, dos quais R$ 1,4 bilhão na unidade gaúcha.

Fonte: GazetaZH

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