PUBLICADO EM 31 de out de 2019
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FEM/CUT assina convenção coletiva com sete bancadas patronais

Mais de 40 mil metalúrgicos do ABC garantem acordos com cláusulas econômicas e sociais. Reajuste da Campanha Salarial injetará R$ 85 milhões na economia do ABC

Foto: Arquivo

Os dirigentes do Sindicato assinaram, junto com representantes da base da FEM/CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT), as Convenções Coletivas de Trabalho com as bancadas patronais do G2, G3, Sindicel, Sindratar, G8.2, G8.3 e Fundição. As assinaturas foram na sede da Federação, em São Bernardo, na terça-feira, dia 29.

Os acordos de Campanha Salarial garantem as cláusulas econômicas e sociais para mais de 40 mil metalúrgicos do ABC. Em todo o Estado de São Paulo, as Convenções Coletivas são para mais de 138 mil metalúrgicos em 51 municípios da base da Federação.

O reajuste será de 3,8%, sendo 3,28% de reposição da inflação pelo INPC mais 0,5% de aumento real, além da Convenção Coletiva de Trabalho, que assegura as cláusulas sociais.

Nos grupos patronais de Estamparia e G10, ainda não houve acordo. São cerca de 10 mil metalúrgicos do ABC sem acordo de Campanha Salarial.

O presidente da FEM/CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, fez um balanço das negociações com as nove bancadas patronais.

“Em tempos de reforma Trabalhista, fim da ultratividade, terceirização, trabalho intermitente, inflação baixa pela economia desaquecida, de governo falando o tempo todo que trabalhador precisa abrir mão de direitos, de alta do desemprego, economia em baixa, situação política, ataques aos sindicatos e enfraquecimento das bancadas patronais, tudo conspirava contra as negociações. Foi uma Campanha Salarial durante um período de demissões”, contou.

“A busca incansável para chegar ao entendimento fez essa Campanha Salarial ser longa. E essa conjuntura faz com que chegar a assinatura da Convenção Coletiva seja algo extremamente vitorioso”, afirmou.

Levantamento da subseção do Dieese na FEM/CUT é que a negociação é responsável por injetar R$ 85 milhões na economia do ABC em 12 meses. No Estado de São Paulo, são cerca de R$ 287 milhões na economia.

A diretora da FEM/CUT e CSE na BCS, Maria Gilsa Macedo, ressaltou a importância de chegar ao entendimento. “É gratificante, depois de várias reuniões, mobilizações e com muitas dificuldades, chegar ao acordo de Campanha Salarial, ainda mais neste momento que vivemos”, afirmou.

O coordenador da Regional Diadema, Claudionor Vieira do Nascimento, reforçou que os trabalhadores se mantiveram firmes na luta, mesmo em momentos difíceis.

“A partir da mobilização do conjunto de trabalhadores foi possível chegar à conclusão de acordo que contempla a maioria dos trabalhadores e garante a assinatura da Convenção Coletiva, que, sem dúvida, é um dos pontos mais importantes da Campanha Salarial. A luta continua para fechar acordos nos grupos que ainda não assinaram a Convenção”, disse.

O coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, afirmou que a assinatura de acordos é um momento muito importante para a categoria. “Foram meses de muita luta e muita mobilização e agora os trabalhadores metalúrgicos do ABC estão mais tranquilos e amparados contra ataques os de retirada de direitos.”

O coordenador de São Bernardo, Genildo Dias Pereira, o Gaúcho, destacou a unidade da categoria. “O momento exigiu muita garra e luta para garantir os acordos com reposição da inflação, aumento real e a Convenção Coletiva. Vamos continuar a pressão para que todos os trabalhadores metalúrgicos do ABC estejam amparados por acordos de Campanha Salarial”, explicou.

Os trabalhadores em montadoras já têm acordos de Campanha Salarial.

ACORDOS POR BANCADAS PATRONAIS

Sindicel
Proposta econômica com validade por dois anos. Para este ano, o reajuste é de 3,8%. Para o ano que vem, o reajuste será o INPC mais 0,5% de aumento. Convenção Coletiva de Trabalho, que já tinha sido assinada ano passado com validade até 2020, será estendida até 2021.

Grupo 8.2
Sicetel e Siescomet
Proposta econômica de 3,8% por um ano. Convenção Coletiva de Trabalho renovada por mais um ano, até 31 de agosto de 2020.

Grupo 8.3
Sinafer, Simefre e Siamfesp
Proposta econômica de 3,8% por um ano. Convenção Coletiva de Trabalho renovada por mais um ano, até 31 de agosto de 2020.

Sindratar
Proposta econômica de 3,8% por um ano. Convenção Coletiva de Trabalho válida até 31 de agosto de 2020.

Grupo 2
Sindimaq e Sinaees
Proposta econômica de 3,8% por um ano. Convenção coletiva de trabalho válida até 31 de agosto de 2020.

Grupo 3
Sindipeças, Sindiforja e Sinpa
Proposta econômica de 3,8% por um ano. Convenção coletiva de trabalho válida até 31 de agosto de 2020. Fundição Proposta econômica de 3,8% por um ano. Convenção Coletiva de Trabalho válida até 31 de agosto de 2020.

Grupo 10 Fiesp e outros
Não tem acordo.

Estamparia
Não tem acordo.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

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